A votação na Câmara dos Deputados sobre a cassação do mandato do presidente afastado,Eduardo Cunha, do PMDB, pode ficar para agosto. Nesta segunda-feira (4), houve mais um atraso no processo que está na Comissão de Constituição e Justiça.
O prazo para o deputado Ronaldo Fonseca, do Pros, entregar o parecer que analisa o recurso de Eduardo Cunha terminou nesta segunda-feira (4). Mesmo assim, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Osmar Serraglio, do PMDB, concordou em dar mais tempo – até a manhã da terça-feira (5).
Se o relatório não for entregue, beneficia Cunha pois será preciso nomear outro relator. Serraglio tentou explicar esse novo adiamento:
“Eu imaginei o seguinte: tempo por tempo, ele recebeu um material muito denso. Ele diz que está concluindo, mas também não é uma sangria desatada”
Fonseca, apontado como aliado de Cunha, disse que entrega o relatório na terça-feira por “determinação de Serraglio”. Serraglio negou, mas o deputado Marcos Rogério, do Democratas, que foi o relator do processo no Conselho de Ética, já está preparando um parecer para rebater o recurso do presidente afastado.
“Especialmente os três pontos principais que ele apresenta, que é a questão do impedimento do relator, que é a questão da manifestação dele em todas as fases, do processo, que é uma falácia, e a questão da votação do sistema de votação do Conselho de Ética”, disse Marcos Rogério (DEM-RO).
E já há uma outra preocupação. Se o relatório for mesmo entregue na terça e lido na quarta-feira (6), os próprios deputados da Comissão de Constituição e Justiça já sabem que haverá um pedido de vista, 48 horas para que eles analisem o parecer com mais tempo. Assim a votação na comissão só aconteceria no dia 12 de julho. No plenário, só entra na pauta de votação depois de duas sessões.
O problema é que, a partir da segunda quinzena de julho, a Câmara e o Senado devem estar em pleno recesso branco, as férias de julho. E aí, para votar qualquer coisa, só com muito esforço, só com a presença de muitos deputados, o que é difícil.
O líder do Democratas afirma que não há mais margem para manobras.
“É importante que se resolva logo, mesmo porque eu entendo que ele não terá chances nem agora em julho e nem também em agosto”, disse Pauderney Avelino (DEM-AM).
Globo