Em uma semana, o Hospital Municipal Osmário Omena de Oliveira, de São José da Coroa Grande, em Pernambuco, atendeu a 17 pessoas com sinais de intoxicação após terem tido contato com o óleo de origem desconhecida que já atingiu aos nove estados do Nordeste. Nenhum caso por intoxicação foi registrado no RN.
Segundo a secretária municipal de Saúde, Tarciana Mota, entre os que procuraram atendimento médico há servidores municipais e voluntários que participaram da limpeza da praia e do Rio Persinunga. O grupo reclamava de fortes dores de cabeça, náuseas, vômitos, dificuldades respiratórias e do aparecimento de pequenas manchas na pele.
Ainda de acordo com a secretária, nenhuma das 17 pessoas atendidas precisou ser internada, mas a prefeitura pretende acompanhar a evolução do quadro de saúde de todas elas até ficar claro que tipo de componentes químicos há no óleo e quais reações eles podem causar.
“Oficialmente, ainda não sabemos que material é este. Sabemos apenas que é algo tóxico, embora não saibamos o grau de toxicidade”, disse a secretária, lamentando a presença de óleo em trechos litorâneos do município, incluindo no Rio Persinunga, onde mergulhadores contratados farão uma espécie de varredura para tentar identificar se o material se acumulou no fundo do rio.
Cuidados ao realizar um mutirão de limpeza em praias atingidas pelo óleo
Veja materiais importantes que devem ser usados e recomendações:
– Uso de máscaras (principalmente no horário do início da tarde, quando é mais quente, pois no contato com sol o óleo libera vapores altamente tóxicos)
– Luvas de PVC (não usar luvas cirúrgicas)
– Botas (plástico ou outro material impermeável). Não usar tênis, bota de trilha nem ir descalço
– Usar calças (não usar traje de banho). Se sujar a roupa, ela deve ser descartada
– Carro de mão para armazenar o material retirado
– Pás adequadas (de plástico ou inox)
– Armazenar o material em tambores, bombonas ou tonéis e deixar o material fechado, pois trata-se de material inflamável (não usar saco de lixo de plástico, pois o óleo pode rasgar os sacos). A destinação deve ser definida pelo Ibama e cabe ao município cumprir
– Ao ver um animal afetado pelo óleo, não o devolva para o mar nem tente fazer procedimento, a não ser uma manobra de emergência para retirar o óleo de vias respiratórias. É importante manter o animal na sombra e hidratado. Procure especialistas, órgãos ambientais ou organizações que podem realizar os procedimentos adequados
– É complicado retirar o óleo de rochas. Evite subir nestes locais que podem ocasionar quedas. Uma forma de limpar é com jato de água quente, pois é necessário muita força para conseguir extrair o material. Quando o material escoar, use material absorvente, como tecidos ou até biofibras, como fibra de coco que se aderem ao óleo
– Em situações que o óleo esteja mais fluido, é possível usar materiais absorventes, como tecidos e também fibra de coco.