A pandemia adiou os planos de lançamento da licitação para instalação de radares eletrônicos em algumas das principais vias estaduais que cortam a capital do Rio Grande do Norte. De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), que está à frente do processo licitatório para a contratação e instalação dos equipamentos, o certame teve que ser interrompido antes do lançamento. Avenidas como a Gov. Dinarte Mariz (Via Costeira), onde aconteceram, pelo menos, 40 acidentes de trânsito no primeiro semestre dos anos de 2018 e 2019, já estão há 10 anos sem o equipamento de fiscalização eletrônica.
A situação está sendo acompanhada pelo Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte (MPRN). Através do projeto Trânsito Cidadão, que busca reduzir a quantidade de acidentes nas vias natalenses, o Ministério Público fez contato com o Governo do Estado e com a Prefeitura do Natal a fim de buscar soluções para as vias com maior quantidade de acidentes na cidade e, dentre elas, está a instalação dos equipamentos. A promotora Maria Danielle Veras, que representa o MPRN nas tratativas, explicou que quatro rodovias estaduais e dez municipais foram escolhidas para que as sinalizações e radares sejam reforçados.
As rodovias estaduais são as que costumam apresentar a situação mais complexa, por estarem há anos sem contrato vigente para a utilização dos radares. De acordo com a promotora, foram escolhidas como prioritárias a Via Costeira, em Ponta Negra; a Avenida Dr. João Medeiros Filho, na zona Norte; a Avenida Eng. Roberto Freire, que passa por Capim Macio; e a Avenida Omar O’Grady, em Cidade Satélite.
De acordo om dados do Comando de Polícia Rodoviária Estadual (CPRE), apenas na Via Costeira, durante o primeiro semestre de 2018, foram 44 acidentes. Em 2019, 40. Em 2020, o número teve uma queda considerável no primeiro semestre, caindo para 25 acidentes, 37,5% a menos do que no ano anterior. De acordo com a CPRE, a queda se deve principalmente ao aumento das fiscalizações feito na rodovia, uma das alternativas adotadas pelo Estado enquanto não há instalação dos radares.
A Via Costeira é conhecida pela sua geografia sinuosa, com curvas acentuadas nas quais é comum que haja acidentes, muitos deles graves em virtude da elevada velocidade com a qual se trafega no local. “A geografia da Via Costeira é muito propícia a acidentes, principalmente nas áreas dos retornos. Então, o controle e velocidade nessa área é importante para a segurança da população”, destacou o diretor do Departamento Estadual de Estradas de Rodagens (DER), Manoel Marques.
Tribuna do Norte/ Repórteres: Mariana Ceci e Ícaro Carvalho