A 1ª leva de vacinas contra a covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, no Reino Unido, deve ser entregue ao Ministério da Saúde a partir de 8 de fevereiro. A informação foi divulgada nessa 3ª feira (22.dez.2020) pela presidente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Nísia Trindade.
O PNI (Programa Nacional de Imunização) receberá 1 milhão de doses de 8 a 12 de fevereiro e mais 1 milhão na semana seguinte.
A previsão do Ministério da Saúde era receber 15 milhões de doses do imunizante ainda em janeiro. O governo federal tem acordo para a aquisição de insumos e a transferência de tecnologia para a produção local da vacina pela Fiocruz.
A meta da fundação é produzir 700 mil doses diárias a partir da 3ª semana de fevereiro. A presidente da Fiocruz afirmou que a produção começará em janeiro.
“A grande angústia da nossa sociedade é com relação ao início da vacinação. Então, vou só informar a todos que, no caso da Fiocruz, nós estaremos recebendo ingrediente farmacêutico ativo para o início da produção no mês de janeiro”, declarou Nísia.
O Brasil receberá o IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) para processamento e envase das doses na fábrica de Bio-Manguinhos, da Fiocruz. Nísia lembrou que a produção deve ser certificada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
“Essa produção também, a nível da Fiocruz, terá de ser certificada pela Anvisa, além do próprio registro [de aprovação da vacina], que a AstraZeneca entrará com o pedido. Nós estaremos então, a partir desse processo, entregando ao Programa Nacional de Imunização [as doses do imunizante]”, afirmou.
A presidente da Fiocruz disse que “não é tão simples” receber doses já prontas para o uso.
“Não é simples. São 11 fábricas contratadas em todo o mundo, mas, por exemplo, nos EUA tem uma determinação para que o que é produzido lá para covid não pode ser exportado. Mas estamos nessa busca junto com todos os produtores e teremos uma reunião com o CEO da AstraZeneca Global na semana que vem para ver essas possibilidades”, detalhou.
A vacina da AstraZeneca/Oxford tem eficácia que varia de 62% a 90%, dependendo da dosagem aplicada. O estudo preliminar que indicou eficácia de 90% enfrenta críticas da comunidade acadêmica.
O percentual foi atingido em voluntários que receberam meia dose da substância em uma das aplicações –o que não era a intenção inicial dos pesquisadores. O presidente-executivo da farmacêutica, Pascal Soriot, declarou que a vacina deve passar por novo teste global.
Poder360