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UTIs pediátricas de tratamento de covid chegam a 83% de ocupação no RN

FOTO: DIVULGAÇÃO/FURG

O Rio Grande do Norte registra 83% de ocupação nas UTIs pediátricas voltadas para o atendimento crítico de covid-19 devido ao avanço da variante Ômicron. Atualmente, o estado dispõe de seis leitos críticos, cinco dos quais ocupados, e 23 leitos clínicos, com planos de expansão sendo implementados pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap). A lista de espera  por leitos conta com oito crianças, cinco aguardando UTI e três casos para enfermaria. Segundo dados do RN+Vacina, a faixa etária de 5 a 11 anos conta com público alvo de 335.093 pessoas no RN. 27.017 desses já receberam a primeira dose da vacina, correspondendo a 8% de cobertura. A Sesap reforça a necessidade de vacinação das crianças para prevenir casos de internação.

Em comunicado emitido nesta quarta-feira (26), a Secretaria anunciou que irá ampliar a rede de leitos pediátricos diante do quadro epidemiológico da covid-19. “Atuando em regime de força-tarefa, a gestão reverterá todos os leitos de UTI do Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes para síndrome respiratória, com ênfase na covid-19, passando de três para dez leitos. A reversão acontecerá a partir da disponibilidade de recursos humanos e equipamentos. Nos próximos dias, haverá ainda a ampliação de seis leitos críticos e a reversão de 21 leitos clínicos. Assim, ao final do trabalho, serão 16 leitos críticos e 23 leitos clínicos exclusivos para tratamento de casos de covid-19 e síndrome respiratória não covid em menores de idade”, informam em nota.

De acordo com a secretária-adjunta Lyane Ramalho, são três leitos críticos no HMAF (ocupados) e três no Hospital Wilson Rosado, em Mossoró (uma vaga disponível). “Os internados são crianças lactentes jovens, geralmente menores de 3 anos na sua maioria. Temos oito aguardando na lista de espera, sendo cinco casos para leitos críticos de UTI e três casos para leitos de enfermaria. A faixa etária varia de 0 a 14 anos. Contamos com 23 leitos clínicos no Maria Alice Fernandes para covid-19 e síndromes gripais. Nesses leitos, temos pacientes confirmados e suspeitos aguardando resultado de exames. Essa demanda mostra a importância da vacinação na infância e como precisamos avançar nesse público. Além disso, a Sesap segue em tratativa com outros serviços de saúde, incluindo prestadores filantrópicos, para avaliar a possibilidade de abertura de novos leitos.”, comenta.

Especialistas explicam impacto da Ômicron em crianças. O infectologista Luiz Alberto Marinho explica que a susceptibilidade geral para a variante Ômicron é bem maior do que as anteriores, o que também é observado em crianças. A contagiosidade é três a dez vezes maior quando comparada à variante Delta, por exemplo. “Toda criança, até então sem infecção antecedente, está mais vulnerável à nova variante. No entanto, a agressividade dela parece ser menor, inclusive na faixa pediátrica, à semelhança das anteriores. Crianças com fator de maior risco para gravidade – aquelas que apresentam obesidade, sobrepeso, diabetes, pré diabetes, problemas neurológicos, doença renal crônica, dentre outras – poderão desenvolver formas moderadas e até graves”, aponta.

Nesse sentido, o também infectologista Kleber Luz ressalta que a vacinação é de extrema importância para proteção das crianças em meio ao cenário epidemiológico em que vivemos. “Quando você vacina uma criança, ela vai ter uma chance menor de adoecer, mas, se adoecer, a probabilidade de apresentar uma forma leve da doença é significativamente maior. Os números apontam para um aumento de casos em UTI de crianças com covid. As vacinas são seguras e sempre serão a melhor forma de proteção”.

“Tivemos mais de duas dezenas de crianças que morreram por covid-19 aqui no Rio Grande do Norte, sendo a doença imunoprevenível que mais matou. Se o vírus circula de forma muito intensa no grupo pediátrico, alguns casos vão apresentar complicações, seja porque elas tem uma doença de base ou porque podem desenvolver a síndrome inflamatória multissistêmica. Muitas vezes as crianças podem ter alguma condição que ainda não foi clinicamente manifesta”, pontua o médico.

Unimed amplia rede pediátrica

Em relação aos leitos de UTI pediátricos, a Unimed Natal dispõe de quatro vagas (uma ocupada) e esse número pode ser ampliado para oito. Diante do aumento nos casos de covid-19 e síndromes respiratórias, a rede reativou no seu Pronto Atendimento Infantil (PAI) um setor que ficou temporariamente desativado com a redução nos atendimentos do tipo. Por meio de sua Assessoria de Comunicação, a Unimed Natal informou que o percentual de crianças com síndromes respiratórias aumentou consideravelmente. Em novembro de 2021, esses casos representavam entre 20 a 30% do total de atendimentos (média de 150 a 200 atendimentos diários) e nas últimas semanas o percentual  chegou a 50%. “De olho na dinâmica da pandemia, o Hospital Unimed busca fazer pequenos ajustes para atender com segurança e eficiência cada cliente”, diz Emerson Oliveira, diretor de Recursos Próprios.

“Temos um fluxo de classificação dos pacientes infantis no PAI separado para síndromes respiratórias e para os demais casos. Com isso, a área de medicação/observação exclusiva para os pacientes respiratórios está sendo reativada para isolar essas crianças e não haver contaminação das demais. Atualmente, temos quatro crianças em leitos de enfermaria com covid-19 confirmada ou suspeita. No Hospital Unimed, são 12 leitos de enfermaria/apartamento  com possibilidade de ampliação para 39”, relatam.

Tribuna do Norte

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