O ministro das Comunicações do governo Lula, Juscelino Filho, pressionado por petistas para uma possível saída depois de ser indiciado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de participação em organização criminosa e crime de corrupção passiva, tem amplo apoio dentro do seu partido, o União Brasil. Desde quarta-feira (13/6), quando foi indiciado, o chefe da pasta ganhou defesa conjunta dos líderes do partido dentro do Congresso Nacional, que defendem sua permanência no cargo.
A leitura feita por parlamentares da bancada da legenda no Congresso é de que o ministro desempenha bem a função no comando do Ministério das Comunicações. O líder do União na Câmara dos Deputados, Elmar Nascimento (União Brasil-BA), cotado para a presidência da Câmara em 2025, defendeu Juscelino na reunião interna da bancada de deputados após o indiciamento.
O União Brasil avalia que a tendência é de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), depois da volta da viagem internacional, mantenha o ministro no cargo. Isso porque o argumento usado por congressistas é de que as bancadas da sigla no Congresso entregam votos ao Planalto, inclusive mais do que PP e Republicanos, por exemplo, que também têm espaço na Esplanada na gestão petista.
Nessa quinta-feira (13/6), Lula disse que Juscelino “tem o direito de provar que é inocente”. O presidente também afirmou que, até o momento, não conversou com Juscelino Filho e que ainda vai “tomar uma decisão sobre esse assunto”.
Família Bolsonaro silencia
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e filhos silenciaram nas redes sociais sobre o indiciamento do ministro. A família, principal opositora da gestão petista, não usou o episódio para comentar negativamente sobre o governo Lula. Um dos motivos que explicam o silêncio é que os crimes teriam sido cometidos no período da gestão do ex-chefe do Executivo.
Investigação da PF a ministro de Lula
A Polícia Federal (PF) indiciou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), por suspeita de participação em organização criminosa e crime de corrupção passiva.
As suspeitas envolvem desvios de, no mínimo, R$ 835,8 mil referentes a obras de pavimentação custeadas com dinheiro público da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
A investigação tinha, inicialmente, o objetivo de apurar possíveis desvios em obras da Codevasf, em especial as executadas pela empresa Construservice, cujo sócio oculto, de acordo com a PF, é o empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo DP.
Metrópoles