Arruda Sales, 64 anos, morreu na manhã desta sexta-feira, dia 14, vítima de um infarto enquanto dormia. Arrudinha estava em casa. Segundo amigos mais próximos, o artista estava com uma forte gripe e chegou a ser atendido no Hospital dos Pescadores há poucos dias.
Extravagante, irreverente, festiva, pupurinada. Arruda Sales, ou simplesmente Danuza, conquistou os natalenses ao longo dos mais de 30 anos interpretando seu personagem em programas de TV e rádios potiguares, além de ser a Drag Queen mais solicitada para eventos no RN e outros estados.
Nascido em São José de Mipibu em 1955, no Engenho Mipibu, Arrudinha tem uma vasta trajetória artística na capital potiguar. Vanguardista, ele foi o primeiro transformista a ganhar público e cair na graça dos natalenses. Danuza cruzou casas de eventos da cidade, além de ser ícone do carnaval da cidade e comandar o frenesi Café Teatro – prédio de Samaritana, na Ribeira, no início da década de 1980. Não o bastante, o transformista também era artista plástico e artesão.
Sobre o papel que o consagrou
A Danuza nasceu com um convite da Rádio Tropical que queria inovar trazendo para a programação um Drag Queen. Primeiro, consagrou-se a voz, depois a imagem através de apresentações. Sem vergonha nenhuma, Arrudinha ia montado no salto e devidamente estilizado para o estúdio, não demorou até as pessoas começarem a associar a voz à imagem.
Assista entrevista com o artista
Amigos lamentam perda
Nelly Carlos, jornalista e ex-presidente do sindicato dos jornalistas do RN
Arrudinha ou Danuza D’Salles (com duas letras L) virou purpurina… visionário. Levou para a rádio a FM Tropical (hoje Mix) a drag que apresentava caracterizada, cheia de caras, bocas e uma linguagem peculiar, “escrachada”, sempre de bem com o riso… como inovou na rádio, inovamos noBurro Elétrico, colocando Danusa para ser a madrinha do bloco, aonde reinou por vários anos. Danusa vai continuar coroando o bom humor no céu, com suas tiradas de duplo sentido… perdemos Danuza e perdemos o amigo Arruda Sales.
Jornalista Christian de Saboya
Morreu um tanto da alegria da minha vida. Com a passagem de Arrudinha passa, pelo meu coração sangrando, uma dor sem fim, lágrimas, jasmim.
Mesmo tendo, em vida, personificado tanto da alegria, do deboche e da fantasia de ser o que se é, Arrudinha vai antes, vai cedo, vai não. Era uma estrela em minhas festas, uma alegria, Danuza para sempre será essa saudade, essa alegria e esse desaforo de ser livre.
Jornalista Eliana Lima
Como ficarei agora sem as suas mensagens de “bom dia, linda!”, “boa noite, linda!”? Me diz, seu Arruda? Como conseguirei me acostumar com a falta das suas gargalhadas, das suas notícias de sucesso com sua D’Sales?
Ei, tá doendo, viu? E nem me dará aquele abraço quando a Natal eu retornar. Está difícil. Conforta saber que você viveu intensamente, que tivemos a oportunidade de sermos amigos, de que boas lembranças ficaram. De que você vai brilhar na dimensão que pertence a todas as almas boas: a iluminada. Te amo! Até um dia! Qualquer dia a gente se encontra pra falar de amor!
Jornalista Simone Silva
Arrudinha era a alegria em pessoa. Sincero acima de tudo, correto e amigo de verdade. Nos falamos sábado último, ele me mandou uma mensagem de aniversário. Era um guerreiro no trabalho, muito próximo da família e generoso. Participou de todas as minhas festas de aniversário trazendo sua irreverência e humor. Lamento demais sua partida, de ficar sem a companhia na praia aos domingos e sem sua inigualável risada e tiradas únicas. Mas Deus foi bom, fez sua passagem o mais suave possível. Os bons morrem dormindo. Descanse em paz meu amigo!
Jornalista Flávio Rezende, escritor e diretor da Casa do Bem
Tivemos diversos momentos. Eu entrevistando e sendo entrevistado. Companheiro de bloco animando o Burro Elétrico. Na Casa do Bem como voluntário. Ultimamente elogiava meus escritos diversos. Nos eventos sociais risadas fartas. Na Tropical trabalhamos na mesma empresa. Um amigo talentoso e incentivador das minhas atividades. Deixa um legado e saudades
Galeria
Flávio Marinho
Arrudinha era 100% gente. Gente boa, gente de bem com a vida. Amigo leal que iluminava com o seu alto astral qualquer ambiente em que chegasse. Sentirei a falta do artista e do grande fazedor de amigos que ele era. Que Deus o acolha de braços abertos.