Um negócio deficitário e a falta de uma clientela estão entre as principais causas para dos proprietários de microempresas e empresas de pequeno porte no Rio Grande do Norte encerrarem as atividades. De acordo com pesquisa feita pelo Sebrae Nacional, 25% dos empreendedores potiguares donos de empresas desses dois portes estão de portas fechadas. No Nordeste, a média de empresas inativas é de 29%. São consideradas microempresas (MEI) aquelas empresas que têm faturamento anual bruto variando entre R$ 81 mil e R$ 360 mil. Já as empresas de pequeno porte (EPP) se caracterizam por faturar acima de R$ 360 mil com o limite de até R$ 4,8 milhões.
Segundo o levantamento, 29% dos pequenos negócios do RN que estão inativos a causa preponderante para o fechamento alegada pelos empreendedores é a que o negócio não dava lucro, somente prejuízo para o empresário. A outra causa apontada por 20% dos empresários foi a falta de clientes.
A pesquisa feita pelo Sebrae teve como objetivo levantar o perfil dos empresários donos de ME e EPP, e ouviu mais de 10 mil empreendedores donos de microempresas e empresas de pequeno porte, sem incluir os microempreendedores individuais (MEI), de todo o Brasil, sendo 3.538 no Nordeste e 401 deles no Rio Grande do Norte. A margem de erro é de um ponto percentual para mais ou para menos.
Pela pesquisa, 32 % dos empresários que encerraram as atividades já estão com a empresa fechada entre 2 e 4 anos, 24% entre 5 e 9 anos. O estudo dá conta de algo preocupante, 23% das empresas inativas foram fechadas há menos de dois anos. A boa notícia, no entanto, é que 57% dos empresários pretende retomar as atividades.
Dos empreendedores que estão no mercado, a pesquisa revela que 74% deles têm um estabelecimento comercial, mas 21% usam a residência para desenvolver o negócio. Enquanto 1% têm o endereço comercial na feira ou shopping popular, 4% têm outros locais de funcionamento. A média de existência dos pequenos negócios no Rio Grande do Norte é de sete anos.
Perfil Nacional
A pesquisa também traz dados nacionais e mostra que a segunda maior dificuldade dos empresários é a alta carga tributária, que também preocupa e faz com que o empreendedor atrase o pagamento de algum tipo de imposto. Isso aconteceu, de acordo com o levantamento, com 31% dos donos de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte no país. Nesse universo, uma parcela expressiva de empresários (43%) ainda não conseguiu regularizar o pagamento dos tributos.
Mais da metade das pessoas ouvidas (52%) admitiram que necessitam de uma maior capacitação na área de controle e gestão financeira, enquanto 47% afirmam que precisam de qualificação na área de propaganda e marketing e 44% enfrentam ainda dificuldade com a gestão das redes sociais da empresa. Percentual igual ao de empresários que precisam de treinamento para melhorar a qualidade de seus produtos ou serviços. Saber atender melhor o cliente e buscar orientação para a obtenção de crédito ou empréstimo é a carência apontada por 42% dos entrevistados.
A pesquisa do Sebrae também confirmou a importância da formalização para os donos de micro e pequenas empresas. Cerca de 70% dos empreendedores têm o próprio negócio como única fonte de renda. Mesmo percentual indicado para os empresários que apontam a abertura do negócio como uma medida que possibilitou maior ganho financeiro. Já para 77% dos entrevistados, a obtenção de um CNPJ foi a ferramenta que assegurou melhores condições no momento de compra junto aos fornecedores.