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UFRN promove prática esportiva para pessoas em situação de rua

Incentivar a prática de atividades esportivas é uma questão de saúde pública e oferecer oportunidade à população mais carente e com menor nível de escolaridade é prioridade. Nessa perspectiva, o “Tecendo Elos de Cooperação entre Esportes e a Rua” (Tecer), projeto da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) realizado pelo Instituto do Cérebro (ICe) e pelo Departamento de Educação Física (DEF) desempenha atividades com o objetivo de realizar cooperação entre o ambiente universitário e as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade.

Coordenado pelo professor do ICe-UFRN Sidarta Ribeiro e pelo professor do DEF Patrick Coquerel, a ideia do Tecer é integrar a população de rua nos espaços universitários, aumentando a diversidade de reflexões e da rede de apoio, elementos fundamentais na criação de novas trajetórias de vida. O grupo se reúne nas tardes das segundas-feiras e quartas-feiras, saindo do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP), indo ao ginásio da UFRN – onde há a prática de vôlei de areia, vôlei de quadra, natação, kung fu, forró, badminton e atletismo – e, finalizando, as atividades ao levar o grupo ao Albergue Público Municipal.

Hoje, o projeto atende cerca de 15 pessoas por encontro e, conta com a colaboração de dez membros entre alunos de graduação e pós-graduação, além de professores de diversas áreas, como Neurociência, Psicologia e Educação Física. De acordo com Bryan Souza, pesquisador do ICe-UFRN e colaborador do Tecer, o projeto está buscando novas parcerias para facilitar a participação de mais pessoas. Para o próximo semestre, a ideia é que o Centro POP forneça alguns cartões de passagem, o que possibilitará a inclusão de esportes em outros horários. “Os cartões, além de dar maior autonomia, facilitariam a inclusão de esportes que estão fora do horário da van, já que atualmente, um carro do ICe-UFRN passa duas vezes por semana para levá-los à universidade”, planeja.

Já a parceria com o Albergue Público Municipal ocorre devido ao horário que o veículo da Universidade retorna para deixar o grupo. “Muitos dormem no albergue e a van acaba chegando depois do horário de entrada. Como no albergue existe uma lista das pessoas que têm entrada garantida, primeiro chamam quem está na relação e depois, se sobrar vagas, outros podem entrar. “Nós avisamos ao coordenador do albergue, Rafael Gonçalves, o nome das pessoas que foram para o projeto e que estão na lista fixa. Então, eles ficam sabendo que estas pessoas estão chegando, mesmo que elas não estejam presentes na hora da chamada, aí não disponibilizam a vaga deles para outra pessoa” explica Bryan.

Outra entidade envolvida é o Coletivo de Olho na Rua (CôRis), idealizado por Bryan e Natália Boccardi, outra colaboradora do Tecer. “Atualmente, o CôRis não é uma entidade formalmente definida, mas a ideia é que um dia vire uma ONG. De toda forma, o coletivo está envolvido desde a elaboração do Tecer e tem financiado lanches e alguns materiais que precisam ser comprados pelo projeto”, detalha Bryan.

O elo de cooperação entre o ambiente universitário e as pessoas que estão em situação de rua é uma alternativa viável para auxiliar sua autonomia e independência, além de combater o estigma existente na sociedade. Para Bryan, o afastamento de contextos de criminalidade e drogadição, a quebra da rotina ociosa e a prática de esportes podem auxiliar na melhoria da qualidade de vida e potencializar a saída do indivíduo da situação de rua.

A ação traz benefícios para os participantes do projeto e para a comunidade universitária que recebe essas pessoas, pois é uma oportunidade de quebrar o tabu que existe sobre a população em situação de rua, que é vista de forma marginalizada pela sociedade. “A primeira vez que o grupo chegou ao Ginásio da UFRN houve um choque de realidade para os dois lados. Boa parte dos participantes nunca havia entrado na Universidade, por outro lado, a comunidade universitária nem sempre está acostumada a receber essas pessoas”, relata Bryan.

Além das atividades esportivas desenvolvidas, além de tentar quebrar o preconceito. Os interessados em ajudar o projeto, com doações ou participando das ações, podem entrar em contato com o Tecer pelo e-mail [email protected]

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