Os votos à Câmara Municipal de Natal tiveram nomes que se elegeram com votação entre 9.785 votos a 3.086 votos. Doze partidos vão compor a casa legislativa municipal na capital pelos 29 novos parlamentares, entre novatos e reeleitos.
Apesar disso, alguns nomes se elegeram com menos votos que outros candidatos que conseguiram maior número votação e não conseguiram entrar na Câmara Municipal. É o caso da vereadora Julia Arruda (PCdoB), que obteve 5.180 votos. Ela foi a 16ª em número de votos, mas ficou de fora da casa que tem 29 vagas.
O mesmo aconteceu com o vereador Peixoto (Republicanos), que não conseguiu se eleger mesmo com 4.646 votos. Outros nomes que obtiveram votação superior ao candidato que ficou na última posição da lista de eleitos são o vereador Felipe Alves (UB), com 4.502 votos; Chagas Catarino (UB), com 4.346; Max Serrão (Republicanos), que alcançou 4.100; Albert Dickson Ofaltmologista (UB), 3.750 votos; Cleiton da Policlínica (PSDB), 3.749 votos; Raniere Barbosa (UB), 3.686 votos; Aroldo Alves (UB), 3.521 votos; Marcio Gomes (PP), 3.509 votos; Professor Robério Paulino (PSOL), 3.481 votos; Doutor Geraldo Pinho (PP), 3.355 votos; e Klaus Araújo (PSDB), 3.323 votos.
A explicação está no sistema proporcional de votação, utilizado no Brasil nas eleições para Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas e Câmara dos Deputados. No caso de 2024, nos parlamentos municipais.
Diferentemente das eleições majoritárias, para prefeituras, governos estaduais, Senado e Presidência da República, em que o candidato com mais votos é eleito, no sistema proporcional, a distribuição de cadeiras considera o total de votos recebidos pelo partido ou coligação, e não apenas os votos individuais de cada candidato.
Para entender, é necessário um cálculo. Funciona da seguinte maneira: o número de cadeiras que um partido conquista depende da quantidade de votos que o partido como um todo obtém. Ao votar em um candidato, o eleitor está contribuindo para que o partido ou coligação conquiste mais cadeiras, não apenas para a eleição do candidato específico em que votou.
Primeiro, se calcula o quociente eleitoral, que significa a divisão da quantidade de votos válidos do colégio eleitoral, no caso, de Natal, pelo número de vagas. Em Natal, com 388.286 votos válidos e 29 vagas, o quociente foi 13.389. Assim, cada partido ou federação precisa de pelo menos 13.389 votos para garantir uma cadeira.
Em seguida, é necessário descobrir o quociente partidário, a partir da soma de toda a votação de cada partido ou federação. A votação total define quantas cadeiras cada partido vai ocupar.
Além disso, após a distribuição inicial das cadeiras com base nesse cálculo, algumas vagas ainda podem sobrar. Para preenchê-las, aplica-se um novo cálculo, chamado de “sobras”, que permite que partidos que chegaram perto de alcançar o quociente eleitoral também possam eleger representantes.
No caso de Júlia Arruda, 1ª suplente da Federação Brasil da Esperança (PT-PCdoB-PV), ela ficou de fora porque a quantidade de votos totais, incluindo as sobras, da Federação, garantiram quatro cadeiras na Câmara de Natal, que foram ocupadas por Daniel Valença (PT), Herberth Sena (PV), Brisa Bracchi (PT) e Samanda (PT), que obtiveram votação maior que ela.
A mesma lógica serve para cada partido que conseguiu alcançar vagas.
O sistema pode parecer distorcido, mas é uma forma de garantir representatividade proporcional de cada segmento da sociedade dentro de um determinado município, estado e país em suas respectivas casas legislativas.
1 Comentário
Morrendo pelo próprio VENENO. Isso é o resultado de criação de LEIS casuísticas, direcionadas para atender a interesses espúrios desse ou daquele Partido Político. Um chute na incompetência deles próprios. Inaceitável uma situação dessas, aonde o candidato é agraciado por seus eleitores e o fajuto sistema proporcional de votação elimina suas pretensões. Uma boa oportunidade para reverem essa anomalia que eles próprios criaram.