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Traficante recebeu ajuda de policial e advogada para driblar Justiça, diz MP

Gilson Miranda Silva (Foto: Divulgação/ Polícia Civil)

Gilson Miranda Silva (Foto: Divulgação/ Polícia Civil)

Apontado pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte como ‘destacado’ traficante de drogas em Natal, Gilson Miranda Silva é um dos dois investigados pela operação Medellín que seguem foragidos. Dos 14 mandados de prisão expedidos pela Justiça potiguar, apenas o dele e o da esposa, Yonara de Paiva Torres, não foram cumpridos nesta terça-feira (6). No entanto, de acordo com o MP, esta não é a primeira vez que o traficante escapa da Justiça: segundo a denúncia, Gilson contou com o apoio de direto de uma advogada – presa durante a operação – e de um policial civil para escapar da prisão em outras oportunidades.

De acordo com as investigações, Gilson é apontado como o ‘cabeça’ de um dos núcleos criminosos apontados pelo MP. A operação apura um esquema de lavagem de dinheiro de tráfico de drogas que movimentou cerca de R$ 20 milhões em compra de imóveis e carros de luxo em Natal e Parnamirim. Segundo o MP, outros dois líderes de núcleos investigados no esquema já estavam presos. João Maria, conhecido como ‘João Mago’, e Islânia de Abreu Lima, detidos durante uma série de ataques criminosos ocorridos no estado durante o final de julho e meados de agosto.

Ainda de acordo com a denúncia, a advogada Ana Paula da Silva Nelson e o marido dela, o policial civil Iriano Serafim Feitosa – morto em fevereiro deste ano – auxiliaram o traficante para evitar que ele fosse preso em várias ocasiões. De acordo com o MP, o depoimento de uma testemunha-chave comprovou o envolvimento do casa no esquema.

Segundo o depoimento de Rayane Dantas Pinheiro, amiga de Ana Paula e mulher de Tibério França (acusado pela morte de Iriano Feitosa), Ana Paula e o próprio Iriano pagaram R$ 150 mil a um delegado da Polícia Civil (a denúncia do MP não especifica qual delegado) para que ele liberasse um inquérito policial no qual Gilson era investigado. O documento teria sido entregue para Rayane por Ana Paula. A advogada teria dito que corria o risco de ser presa se fosse pega com o documento.

Ana Paula e Iriano também teriam ajudado Gilson e a família dele a escaparem da prisão durante a operação ‘Anjos Caídos’, deflagrada em julho de 2015. De acordo com o depoimento de Rayane, o casal teria visto um organograma que apontava o traficante como principal investigado no esquema, alertando sobre a chegada da polícia.

“(…) a advogada Ana Paula da Silva Nelson e o policial civil Iriano Serafim Feitosa se deslocaram até o fórum da comarca de Santa Cruz, onde observaram um organograma em que figura Gilson como principal investigado, tendo alertado ao traficante de que poderia ser preso a qualquer momento e, mais que isso, fornecido auxílio indispensável à sua fuga, acompanhado da esposa e dos filhos”, explica a denúncia.

G1 RN

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