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Trabalhadores rurais ocupam dois ministérios em Brasília

TRABALHADORES RURAIS LIGADOS À CONTAG E OUTRAS FEDERAÇÕES E SINDICATOS RURAIS OCUPAM PORTARIA DO ANTIGO MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO, EM BRASÍLIA. (JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL)

TRABALHADORES RURAIS LIGADOS À CONTAG E OUTRAS FEDERAÇÕES E SINDICATOS RURAIS OCUPAM PORTARIA DO ANTIGO MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO, EM BRASÍLIA. (JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL)

Trabalhadores rurais da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), federações estaduais e sindicatos rurais ocuparam hoje (16) pela manhã dois ministérios em Brasília. Eles reivindicam a volta do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), extinto pelo governo interino de Michel Temer.

Segundo a entidade, cerca de 10 mil pessoas participam da manifestação no prédio do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS) e do antigo MDA.

O presidente da Contag, Alberto Ercílio Broch, disse que esse é o início de uma grande mobilização nos 27 estados da Federação, que quer levar cerca de 100 mil pessoas a ocupar gerências e agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e do Instituto Nacional de Colonização de Reforma Agrária (Incra) por todo o país.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário foi integrado à Casa Civil, na Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário. “É esse povo [agricultores familiares] que, segundo o IBGE, produz 70% da comida que vai pra mesa do povo brasileiro. Tememos que o fim do MDA signifique também o desmantelamento das políticas da agricultura familiar”, disse Broch.

Reforma da previdência

O movimento de trabalhadores também protesta contra o fim do Ministério da Previdência Social e contra a proposta do governo de reforma da Previdência Social que quer estabelecer uma idade mínima para a aposentadoria. “Essa reforma pode vir a mexer com os trabalhadores rurais que ganham um salário mínimo. E eles [governo interino] estão nos elegendo inclusive como os vilões da Previdência Social, essas mulheres que trabalham 55 anos e homens 60 anos e que se aposentam com um salario mínimo”, explicou o presidente da Contag.

“Não aceitamos retroceder, não aceitamos que a mulher trabalhadora rural perca o direito de se aposentar com 55 anos, até porque nós começamos a trabalhar muito jovens. Eu comecei com 7 anos, então esperar até 65 anos ninguém vai aguentar; nós queremos qualidade de expectativa de vida”, disse o presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado Minas Gerais, Vilson Luiz da Silva, contando que 64 ônibus trouxeram trabalhadores rurais do estado.

UMA DAS REIVINDICAÇÕES É BARRAR A PROPOSTA DO GOVERNO INTERINO DE REFORMA DA PREVIDÊNCIA QUE ESTABELECE IDADE MÍNIMA PARA APOSENTADORIA. (JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL)

UMA DAS REIVINDICAÇÕES É BARRAR A PROPOSTA DO GOVERNO INTERINO DE REFORMA DA PREVIDÊNCIA QUE ESTABELECE IDADE MÍNIMA PARA APOSENTADORIA. (JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL)

Habitação rural

Outra reivindicação dos trabalhadores é pela política de habitação rural. “Nós queremos continuar com a política na forma que vínhamos fazendo, com os próprios sindicatos e cooperativas fazendo os mutirões para organizar as pessoas e tornar mais barato”, disse o presidente da Contag.

No dia 10 de junho, o governo reeditou as regras da modalidade rural do Minha Casa, Minha Vida, alterando as condições para habilitação e requalificação de entidades privadas sem fins lucrativos para construção de moradias na zona rural.

“Estamos mostrando nossa insatisfação, aqui, com trabalhadores que saíram da roça. Como cidadãos, lutamos pela democracia, queremos que se respeite a Constituição. É isso que garante os direitos dos trabalhadores”, disse Broch.

A assessoria de imprensa do Ministério do Trabalho e Previdência Social informou que os manifestantes já se reuniram com o secretário da Previdência da pasta.

Os trabalhadores rurais não estão permitindo a entrada dos servidores que trabalham nos dois prédios ocupados.

Agência Brasil

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