Por Elane Nascimento
Ao som da Orquestra de Frevos Nelson Ferreira, em 7 de setembro de 1965, Natal recebia das mãos do então governador, Aluísio Alves, o Hotel Internacional dos Reis Magos, localizado na Praia do Meio. Fechado desde 1995, o Hotel Reis Magos foi o primeiro empreendimento turístico de alto padrão do Rio Grande do Norte.
Inicialmente, o processo foi aberto pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que informou à Justiça que tinha um processo administrativo em andamento para analisar a possibilidade de tombamento do imóvel. O Governo do Estado entrou na ação posteriormente.
TOMBAR OU NÃO TOMBAR? EIS A QUESTÃO
O relator do Conselho Estadual de Cultura, professor Diógenes da Cunha Lima, analisando a situação do Hotel, defendeu que o tombamento não é uma opção, uma vez que significaria um gasto dez vezes maior para recuperá-lo do que colocá-lo à baixo e construir outro empreendimento. “Realizar o tombamento seria o mesmo que gastar dinheiro numa coisa inútil para a cidade”, afirmou Diógenes em entrevista ao Bom dia RN desta segunda-feira, 5.
Para o professor, não se pode negar a importância histórica do Reis Magos, mas é necessário “pensar grande, em vez de preservar destroços”. Quanto ao monumento a ser erguido no local, Diógenes defende que seja pensado um projeto que traga retorno financeiro para o Estado. “Temos que valorizar a economia. Aplicar recursos no que trás retorno para o estado”, analisa. “Natal às vezes faz coisas belíssimas, mas fora de senso”, disse, referindo-se à Ponte Newton Navarro que por causa de sua estrutura “mal pensada”, impede a entrada de transatlânticos na cidade.
No tocante ao quesito econômico e turístico, Diógenes explicou que o Estado possui um potencial enorme para crescer, lembrando que nenhum outro Estado brasileiro tem as condições de turismo que o RN oferece diante do seu posicionamento geográfico estratégico, além das belezas históricas naturais e monumentais como a Fortaleza dos Reis Magos. Para ele, é preciso valorizar o crescimento e desenvolvimento da cidade. “Temos que valorizar a economia. Você não pode ter renda e emprego, tributo para a cidade, se você proíbe que a cidade cresça”.