A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), afirmou nesta quarta-feira (4) que quer diversidade na equipe da pasta, mas disse que é difícil levar mulheres pretas para trabalhar em Brasília.
“Acho que a gente tem que prezar acima de tudo pela diversidade. Estou indo para uma pasta que hoje ainda é extremamente masculina. Quero não só ter mulheres, mas mulheres pretas”, disse a jornalistas.
“E a gente sabe, lamentavelmente, que mulheres pretas normalmente são arrimo de família (sustentam a casa). Trazer de fora de Brasília é muito difícil”, acrescentou.
Tebet também citou que o salário oferecido pelo ministério é baixo para incentivar uma mudança de cidade. Segundo a ministra, por causa dessa dificuldade em levar mulheres pretas, ela ainda não anunciará os nomes que farão parte da equipe.
“Enquanto eu não tiver esse mapa bonitinho, eu não quero anunciar. Eu faço questão que o ministério dentro do possível tenha de alguma forma a cara do Brasil, que é diversidade”, explicou a ministra.
A fala da ministra repercutiu negativamente em movimentos negros. Como reação, nesta quinta-feira (5), a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, apresentou uma série de propostas para incluir servidores públicos negros a curto e médio prazos no governo. A titular do Planejamento disse que vai avaliar e quer conversar.
Simone Tebet também recebeu a lista de mulheres negras elaborada pelo grupo Elas no Orçamento. São servidoras do Planejamento, do Tesouro e do Ipea que ela poderá contratar, de imediato, para sua equipe.