Quem apostou que Natal poderia ter o mesmo destino de Recife e viver ameaçada por tubarões ao fazer uma obra como a engorda de Ponta Negra, errou. Segundo o diretor-geral do Idema, Leon Aguiar, o risco ambiental para a capital do Estado é outro e diz respeito ao ciclo de reprodução de espécies ameaçadas de extinção, como a popular tartaruga de pente. A declaração foi dada em entrevista coletiva concedida pelo órgão na manhã desta terça-feira (27).
A coletiva foi uma forma encontrada pelo Idema de contra-atacar na batalha midiática que se tornou a liberação – ou não – de licenças para a obra de engorda da praia cartão-postal de Natal. Ao citar o impacto ambiental que a obra poderia causar, Leon Aguiar citou a vida marinha, a tartaruga de pente e várias outras espécie de pássaros que usam a orla para descansar e, durante a obra, poderiam ter isso descanso prejudicado.
Embora hoje esta espécie seja protegida por vários programas de educação ambiental, a tartaruga-de-pente quase foi extinta pela pesca predatória por causa da carapaça, então muito utilizada para a fabricação de pentes, aros de óculos, talheres e outros artefatos. Portais dedicados a preservação ambiental apontam o animal como ainda em estado perigo crítico.
CONTRA-ATAQUE
O diretor-geral do Idema, Leon Aguiar, convocou coletiva de imprensa e contra-atacou as declarações da prefeitura, que levantou a história de que o Idema quer causar obstáculos à obra de engorda de Ponta Negra por questões políticas.
Na coletiva, Aguiar disse que a própria prefeitura vem há algum tempo ignorando prazos de informações pedidas que são essenciais para o licenciamento. Ele destacou dois pontos fundamentais, sobre faúna e flora e impactos socioeconômicos, que a prefeitura não colocou nos estudos que pediram a licença prévia.
A prefeitura fala de uso político, mas o Idema entende tanto a importância que poderia ter arquivado o projeto, mas nunca o fez, por saber dessa importância da engorda para a cidade, de acordo com o diretor-geral.
Então, o Idema não age com a intenção de prejudicar o município. Tanto que o enrocamento da praia foi desmembrado da engorda e foi agilizado pelo Idema.
É importante enfatizar ainda que a prefeitura poderia ter solicitado para si a competência do licenciamento.
O município se compara com Fortaleza, mas na capital cearense a prefeitura assumiu o processo, que levou 11 anos, justamente pelas dificuldades que o município enfrentou e a prefeitura de Natal sabe que é inerente ao processo de liberação da engorda.
Portal 96FM