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Submarino desaparecido: CEO da empresa que vai ao Titanic falou a TV do medo de o veículo não voltar

Stockton Rush, CEO da OceanGate, em retrato feito em 2013, em Seattle. Empresário é um dos cinco desaparecidos em área remota do Atlântico, durante expedição que rumava o Titanic.
Stockton Rush, CEO da OceanGate, em retrato feito em 2013, em Seattle. Empresário é um dos cinco desaparecidos em área remota do Atlântico, durante expedição que rumava o Titanic.  Foto: Greg Gilbert/The Seattle Times via AP

Stockton Rush, CEO da OceanGate Expeditions, disse no ano passado que seu maior medo era estar em um submersível durante uma das expedições da sua empresa explorando os destroços do Titanic e se deparar com “coisas que o impediriam de conseguir voltar para a superfície”.

Meses antes de estar entre as cinco pessoas a bordo de um submersível desaparecido por dias no Atlântico Norte, Rush disse ao programa “CBS Sunday Morning”, em dezembro, que ele não achava que mergulhar em um submersível era “tão perigoso assim”. Mas quando questionado pelo apresentador da CBS News David Pogue sobre os perigos existentes a 4 mil metros abaixo da superfície do mar, Rush disse que ele temia que o navio não fazer seu caminho de volta à superfície por uma variedade de razões.

“O que mais me preocupa são coisas que iriam me impedir de ter capacidade para voltar à superfície”, afirmou. “Saliências, rede de pescas, riscos de emaranhamento. E isso é apenas uma técnica, uma técnica de pilotagem. É muito claro, se for uma saliência, não passe por baixo dela. Se é uma rede, não vá perto dela. Desse jeito, você pode evitar isso se você está de vagar e constante”.

Na mesma entrevista, Rush, o cofundador da empresa privada de turismo e pesquisa que já conduziu mais de uma dezena de expedições abaixo d’água desde 2010, disse que, embora as medidas de segurança apropriadas estavam sendo tomadas pela OceanGate, “havia um limite” para a suas preocupações sobre segurança. “Eu quero dizer, se você apenas quer permanecer seguro, não saia da sua cama”, disse. “Não entre no seu carro, não faça nada. Em algum momento, você vai assumir algum risco, e realmente é uma questão de risco-recompensa. Eu acredito que posso fazer isso com a mesma segurança quebrando regras.”

A entrevista ganhou maior repercussão à medida em que as buscas pela embarcação da OceanGate chegavam em seu quarto dia, na quarta-feira, 21, com uma equipe de resgate lutando contra o tempo pelo suprimento de oxigênio ser estimado até esta quinta-feira, 22, de acordo com a Guarda Costeira dos Estados Unidos.

A busca não produziu nenhum resultado positivo na manhã de quarta-feira, mas o Primeiro Distrito da Guarda Costeira informou que uma aeronave canadense P-3 detectou ruídos subaquáticos na área onde as equipes procuram o submersível Titan e as operações foram redirecionadas para lá.

EMPRESA É CRITICADA

Rush, de 62 anos, está dentro do submarino acompanhado pelo empresário britânico Hamish Harding, 58, pelo empresário britânico-paquistanês Shahzada Dawood, de 48 anos, e seu filho, Suleman, de 19, e pelo comandante aposentado da marinha francesa Paul-Henri Nargeolet, 77.

À medida que a busca continua, a supervisão das medidas de segurança da OceanGate foi questionada devido a uma ação judicial de 2018 movida por um ex-funcionário que alegou que a empresa não fez o suficiente para abordar o “controle de qualidade e questões de segurança relacionadas ao Titan”.

FONTE: O GLOBO

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