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Sociedade Brasileira de Urologia – Seccional do RN reunirá profissionais e imprensa para dar partida à campanha Novembro Azul

FOTO: REPRODUÇÃO

Na próxima segunda-feira, 6 de novembro, a Sociedade Brasileira de Urologia – Seccional do RN fará o lançamento da campanha Novembro Azul 2023, na Associação Médica, a partir das 8h. O evento marca o início das ações que vão ocorrer durante todo o mês de novembro em prol da prevenção ao câncer de próstata. Na ocasião, o presidente da SBU-RN, Dr. Ângelo Campos, fará a abertura oficial e uma breve explanação sobre dados atuais e o rastreio da doença.

O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais incidente na população masculina em todas as regiões do Brasil. E, estimam-se 71.730 novos casos de câncer de próstata por ano para o triênio 2023-2025. Atualmente, é a segunda causa de óbito por câncer na população masculina, reafirmando sua importância epidemiológica no país (dados do INCA, 2022).

A idade é o principal fator de risco, sendo mais incidente em homens a partir da sexta década de vida, bem como, histórico familiar de câncer de próstata antes dos 60 anos e obesidade para tipos histológicos avançados. Destaca-se também a exposição a agentes químicos relacionados ao trabalho, sendo responsável por 1% dos casos de câncer de próstata.

Dentre as ações de controle para o câncer, duas estratégias se destacam: diagnóstico precoce e rastreamento – que se caracteriza pela aplicação sistemática de exames em pessoas assintomáticas, com o intuito de identificar um câncer em estágio inicial.

O Câncer de Próstata avançado é uma doença que causa muito sofrimento para o paciente e para a família, prejudicando muito a qualidade de vida. Além disso, é um câncer com possibilidade de detecção em fases precoces, evitando toda essa dor. Portanto, um gesto de amor à vida é ficar atento para o seu rastreio.

MINISTÉRIO EMITE NOTA QUE RECOMENDA O ‘NÃO-RASTREAMENTO’

Uma das mais recentes discussões sobre o tema diz respeito à nota técnica emitida neste mês de outubro de 2023, pelo Ministério da Saúde por meio da Coordenação de Atenção à Saúde do Homem, em que se recomenda o ‘não-rastreamento populacional do câncer de próstata’ (NOTA TÉCNICA Nº 9/2023-COSAH/CGACI/DGCI/SAPS/MS).

Segundo a análise descrita na NOTA, revisões sistemáticas sobre o tema rastreamento do câncer de próstata identificaram que essa prática aumenta de forma significativa o diagnóstico desse câncer, porém sem redução significativa da mortalidade específica e com importantes danos à saúde do homem. 

Um dos principais estudos sobre o tema, o European Randomized Study of Screening for Prostate Cancer (ERSPC), em 2019, após 16 anos de acompanhamento, mostrou redução na mortalidade específica com o rastreamento, acompanhada, porém, de elevadas taxas de sobrediagnóstico – que se caracteriza pelo diagnóstico de um câncer que não evoluiria clinicamente e não causaria danos durante a vida.

A NOTA diz que, “Considerando as evidências atuais e reafirmando o posicionamento anterior (Nota Técnica Conjunta SAS/MS e INCA nº 001/2015), o Ministério da Saúde não recomenda o rastreamento populacional do câncer de próstata. Orienta ampla discussão sobre os possíveis riscos e benefícios para a tomada de decisão compartilhada com os homens que solicitarem exames de rastreio”, e que “A doença detectada no rastreamento pode levar à necessidade de realizar novos exames para a investigação diagnóstica, podendo gerar necessidade de biópsia e complicações como dor, sangramento e infecções, além de ansiedade e estresse no indivíduo e na família, com pouco benefício aos pacientes.”

A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda o rastreio do câncer de próstata, pois, apesar de alguns dados conflitantes na literatura científica no passado, mais recentemente tem surgido evidências científicas robustas sobre tal necessidade. É possível citar, por exemplo, que o diagnóstico precoce dessa doença reduz mortalidade em 27% e diminui em aproximadamente 2 vezes o diagnóstico já em fases avançadas da doença (fase metastática). Tal rastreio deve ser realizado de maneira racionalizada, de modo geral em homens a partir dos 50 anos de idade ou a partir dos 45 anos de idade para os grupos de risco, observando as características de cada paciente, sempre optando pela decisão compartilhada entre médico e paciente e também se utilizando de todo o arsenal diagnóstico e terapêutico atualmente disponível de maneira adequada para evitar exames desnecessários, sobrediagnóstico e sobretratamento.

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