O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do RN (Sindipostos RN), entidade que representa cerca de 650 revendas de combustíveis no estado que, juntas, geram algo em torno de 8 mil empregos diretos, vem a público esclarecer alguns pontos sobre o preço dos combustíveis, em particular da Gasolina, no nosso estado e na nossa capital.
Antes de mais nada, é importante destacar que por representar todo o setor, cujas revendas são livres para definir seus preços individualmente, o Sindipostos RN não se pronuncia sobre reajustes. Tal postura atende, inclusive, à legislação brasileira em vigor, que proíbe a entidade de emitir este tipo de posicionamento sobre preços neste ou naquele revendedor.
No entanto, em respeito aos consumidores e, principalmente, para evitar que as revendas sejam injustamente culpadas por algo sobre o que não têm controle, pontuamos abaixo alguns fatos, que se baseiam em dados públicos, a imensa maioria deles constantes no site da ANP.
Fato número 1
No período compreendido entre os dias 6 de dezembro de 2020 e 27 de janeiro de 2021, a Petrobrás anunciou um total acumulado de reajustes de preços da gasolina nas refinarias de exatos 20,6% a saber:
- 5% de aumento no dia 26 de janeiro de 2021
- 7,6% de aumento no dia 19 de janeiro de 2021
- 5% de aumento no dia 29 de dezembro de 2020
- 3% de aumento no dia 16 de dezembro de 2020
No mesmo período, nas bombas de Natal, a variação de preço médio foi de 9,39% (saiu de R$ 4,748 para R$ 5,19).
Fato número 2
Os postos são o segundo elo mais frágil da cadeia de combustíveis. Para ratificar isso, segue a composição do preço de um litro de gasolina comum em Natal. Vale ressaltar que estes números podem variar um pouco. Mas, na média, são estes:
COMO É COMPOSTO O PREÇO DA GASOLINA C EM NATAL
- 25% : valor pago à Petrobras pelo litro da gasolina A, nas refinarias.
- 14%: Valor do etanol anidro adicionado
- 14,13%: Impostos Federais (PIS, Cofins e Cide)
- 29%: ICMS + Fundo de Combate à Pobreza
- 1,5%: Frete Guamaré-Natal
- 4%: Margem da Distribuidora
- 12,37%: Margem bruta das revendas (postos)
Fato número 3
As revendas (postos) recebem o combustível com 87,63% do seu preço final já definido. Da sua margem bruta, elas precisam retirar todos os custos, como: salários de colaboradores, energia elétrica, IPTU, licenças ambientais, serviços agregados, etc.
Fato número 4
Cada revenda tem sua composição própria de custos que depende, entre outras coisas: do tipo de contrato que ela tem (ou não, casos dos postos bandeira branca) com uma distribuidora; do lugar onde ela está posicionada (que impacta no frete, no IPTU que ela paga sobre o imóvel, etc); do horário de funcionamento e do seu número de empregados.
Fato número 5
O “negócio” dos postos é vender combustíveis. Somos varejista na essência. E como todo varejista, para nós, ter nossos produtos com preços mais altos é muito ruim. Por um motivo muito simples: quanto mais alto o preço, menores são as vendas.