Um marco na história da imprensa potiguar que há mais de três décadas mudou o jeito de se fazer jornalismo no Rio Grande do Norte, a TV Cabugi, fundada pelo ex-governador Aluízio Alves em 01 de setembro de 1987 e que hoje se chama “ Inter TV Cabugi”, completou neste domingo 32 anos de fundação, sem qualquer comemoração ou breve registro nos noticiários matutinos da emissora nesta segunda-feira, dia 2.
A ausência de qualquer lembrança da fundação da emissora é, na opinião de alguns analistas do mercado de comunicação no Rio Grande do Norte, o reflexo do fato de que nos bastidores da TV não há clima para celebração ou comemoração de qualquer espécie.
Aliás…
Como já foi abordado neste BLOG DO FM e em outros veículos de imprensa, a tensão flutuante no ar continua imperado na emissora, que sem “astral” para comemorações, passou batida na lembrança da data de sua fundação.
Embora o gestor-mor do grupo Intertv, Jorge Maciel, em sua vinda a Natal, tenha se esforçado para tranquilizar a redação da Intertv com relação às demissões que estariam em curso, a estratégia de dizer que “é mentira o que estava sendo divulgado nos blogs”, não surtiu muito efeito….
…. Maciel, em seu bate-papo com o jornalismo, deixou claro que não haverá demissões na redação, mas também soltou no ar um recado para os profissionais da emissora, cuja tradução seria mais ou menos essa : – quem quiser sair da TV é só sair, mas quem quiser ficar tem que aguentar o modelo de gestão.
O fato que é que o atual modelo de gestão e a forma de fazer telejornalismo não tem agradado aos telespectadores, nem tampouco aos profissionais da casa, muitos deles discordantes do jornalismo “caricato” em prática na emissora…
Enquanto isso….
O desconforto é grande junto aos editores de imagem da TV, pois nos bastidores da emissora acredita-se que haverá corte de cabeça no setor.
A partir da suposta demissão de editores de imagem, jornalistas profissionais seriam obrigados a editar suas próprias matérias, fazendo um trabalho que tecnicamente é realizado por pessoas especializadas em edição de imagem.
Mas nem sempre foi assim.
Uma profissional que ainda hoje é considerada como sendo a “cara” da Cabugi e que por muitos anos encantou milhares de telespectadores com o seu jornalismo maduro e extremamente qualificado, a jornalista Michelle Ricon, hoje gestora de marketing da Unimed Natal, lembra dos diferenciais do chamado “padrão Globo”. Ricon entrou em 1997 na TV Cabugi/Intertv, foram 21 anos durante os quais se revelou sob a égide do bom jornalismo.
“ Durante o período em que atuei na Intertv Cabugi pude me aprofundar no que se convencionou chamar “padrão Globo” de jornalismo. O cuidado com a qualidade do que apresentávamos ao público era, sem dúvida, um dos diferenciais do telejornalismo praticado aqui e em toda a rede de afiliadas. Apuração, conteúdo e forma caminhavam lado a lado com a necessidade da comunicação ágil e eficiente. Foram quase 22 anos na emissora que comemorou 32 anos. Aprendizados e conquistas pessoais e profissionais que carrego pra vida!”, relembra Michelle Ricon.
Hoje uma das mais acessadas blogueiras do Estado, a jornalista Thaisa Galvão, uma veterana que durante 10 anos participou dos tempos áureos da TV Cabugi, também dá o seu testemunho sobre a emissora que ontem completou 32 anos de fundação no mais completo anonimato.
Primeira editora-chefe do Bom Dia RN, Thaisa produziu os programas Valeu o Boi e Cabugi Verão e criou, junto com a repórter Carla Rodeiro, o núcleo de rede, do qual era editora.
“A TV Cabugi nasceu grande e o jornalista que passava pela emissora saía maior e mais respeitado. Respeitado inclusive como profissional que ganhava bem, recebia pelas horas extras que trabalhava, e tinha prazer de apostar em pautas elaboradas, pois contava com o apoio da empresa. Por causa disso emplacamos belas reportagens na rede, com material superproduzido para encerramento do Fantástico e do Jornal Nacional”, lembra Thaisa.
A profissional lamenta as mudanças de comportamento do jornalismo. “Tentam até hoje mudar o padrão para se aproximar mais do telespectador, mas, sinceramente, ainda não conseguiram encontrar o caminho”, assinala.
Como editora de rede na afiliada potiguar, Thaisa foi convidada pelo então editor chefe Amauri Soares, para substituir uma editora de licença médica no jornal de maior audiência no Brasil. “Passei 15 dias no time de editores do Jornal Nacional, não acompanhando, mas trabalhando mesmo na editoria de Brasil”, disse a jornalista.
Por fim….
Um aviso aos navegantes: depois que a jornalista Ediana Miralha, ex- Intertv, se deu bem na TV Ponta Negra, a emissora concorrente está sendo vista como uma espécie de “válvula de escape” para jornalistas insatisfeitos com a afiliada global.
Conta-se até que tem profissional que já teria recentemente buscado abrigo na Ponta Negra…
— Mas o pedido de emprego teve “não” como resposta.