O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de passageiros do Município do Natal (Seturn), solicitou à superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit-RN) a implantação de faixa exclusiva para os serviços de transporte público de passageiros urbano, intermunicipal e interestadual no trecho da BR 101 compreendendo entre o viaduto de acesso a Ponta Negra e viaduto do Quarto Centenário. Isto para mitigar os recorrentes congestionamentos que têm impactado negativamente a mobilidade urbana em Natal.
Trata-se de um trecho de 2,4 km, com um volume de tráfego de 77 mil veículos/dia, dos quais 1.394 são ônibus do transporte público que transportam acima de 90 mil passageiros, por sentido, diariamente (em dias úteis) distribuídos em 81 linhas regulares. No horário de pico (das 6h30 às 9h no sentido BR para a avenida Salgado Filho e das 17h às 19h no sentido inverso), em virtude do fluxo de veículos e pela ausência de faixa exclusiva a frota de ônibus vem enfrentando muita dificuldade para trafegar no trecho.
Além disso, essa intervenção irá propiciar a continuidade das faixas que já existem tanto na Avenida Engenheiro Roberto Freire como na Avenida Salgado Filho, tornando os serviços de transporte público muito mais atrativos para a população da Grande Natal. Assim como pedestres e ciclistas, o transporte coletivo tem prioridade sobre o transporte individual. É o que determina a Lei n° 12.587/2012, que institui a Política Nacional de Mobilidade Urbana.
Com as faixas exclusivas, o transporte coletivo fica mais ágil, atrai mais pessoas interessadas em trocar o carro pelo ônibus, reduz o número de veículos nas ruas, assim como os congestionamentos, e ainda colabora para diminuir a poluição e os acidentes de trânsito.
Especialistas são unânimes em afirmar que priorizar o transporte público coletivo é a solução para melhorar o fluxo do trânsito nas cidades. O transporte público, inclusive, responde por 28% de todos os deslocamentos da população, sendo que os ônibus urbanos contribuem com 85,7% desse total, segundo a NTU. É por isso que as faixas exclusivas são indispensáveis.
Mas não é só. As faixas exclusivas contribuem para a melhoria da mobilidade urbana. Entre elas: Aumento da velocidade operacional dos ônibus; Menos tempo do passageiro dentro do veículo, com redução de 40% no tempo de viagem; Impacto positivo nos deslocamentos individuais; Maior fluidez na circulação dos coletivos; Racionalização da operação com a otimização da frota; Aumento da produtividade do transporte público sobre pneus; Facilidade na integração com os outros modos de transporte; Reeducação da sociedade para novas e mais vantajosas formas de mobilidade; Redução do consumo de combustíveis (até 30%) e da emissão de poluentes (até 40%) e compartilhamento justo e racional dos espaços da cidade.