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Setor imobiliário espera novos negócios com o Complexo Turístico da Redinha

FOTO: ALEX RÉGIS

As obras do Complexo Turístico da Redinha, na zona Norte de Natal, ultrapassaram 80% de execução, o que deve permitir a entrega do equipamento no dia 31 de julho. A informação é da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra). Alvo de muita expectativa para permissionários e demais trabalhadores que dependem do ativo para geração de renda, a chegada do Complexo também é aguardada com bastante otimismo pelo setor imobiliário da capital. A avaliação de fontes ouvidas pela reportagem é de que o empreendimento irá valorizar a região, permitir a instalação de novos empreendimentos e gerar negócios.

O presidente do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon-RN), Sérgio Azevedo, destaca que o equipamento, aliado à revisão do Plano Diretor de Natal (PDN), trará diversas oportunidades para o setor. “O Complexo chega para oxigenar a região. Aquela área ficará mais atrativa e irá fomentar o mercado de imóveis, com capacidade para a construção de novos empreendimentos”, avalia. O Novo Mercado da Redinha, que integra o Complexo, contará com um andar, 33 boxes, sete restaurantes, praça de alimentação, mirante, píer e deck para embarcações, além de varanda panorâmica.

A Prefeitura realiza estudos para conceder a operação do mercado à iniciativa privada, por meio de um processo de concessão, o que deve aumentar as perspectivas de investimentos em todo o perímetro onde o empreendimento está instalado. O presidente do Conselho Regional de Corretores de imóveis (CRECI-RN), Roberto Peres, assegurou que há boas expectativas de investimentos para a região, especialmente, se levado em conta também a vigência do PDN. “A Redinha passou, com a revisão, de um gabarito de sete metros e meio para construções de até trinta metros de altura”, explica.

“Isso, por si só, já garante uma expansão de negócios para a região. Com o Complexo, a gente espera que novos empreendimentos – quer sejam comerciais, quer sejam residenciais – surjam ao redor daquela área”, completa. Renato Gomes, do Sindicato de Habitação do RN (Secovi), também comemora o novo equipamento. “O Complexo, obviamente, vai levar mais turistas e pessoas que moram na região a frequentar a localidade. Por consequência, a gente espera a instalação de imóveis circunvizinhos. É uma forma de a área ganhar valorização e um potencial maior de construções”, diz.

Gomes diz ainda que espera um novo olhar, por parte dos investidores, para o bairro e adjacências. “É bem verdade que tem muita gente contando os dias para voltar a comer ginga com tapioca ou socializar com os amigos na Boca da Barra. E, claro, isso tende a induzir a chegada de equipamentos pela iniciativa privada, que precisa ter um olhar diferente para a área”, indica.

Ricardo Abreu, da Abreu Imóveis, discorre sobre a boa localização da Redinha e comenta as possibilidades de investimento. “A Prefeitura tem se voltado para aquela região e isso será acompanhado pelo mercado imobiliário. A Redinha é uma área muito boa de se morar, relativamente próxima de outras localidades, com uma excelente extensão de mar. Paralelo, temos ali bons terrenos com valores acessíveis, ideais para fazer empreendimentos muito interessantes. Então, acho que a chegada do Complexo será de muita validade para abrir um novo elo urbano e de moradia”, descreve o empresário.

Ele também mencionou o Plano Diretor como fator de estímulo aos negócios para o mercado imobilário no entorno do equipamento. “O Plano permite a construção de edificações bem acima do que era permitido anteriormente. Acredito que isso vai ser mais uma razão para alavancar novos projetos”, conjectura. A obra do Complexo Turístico foi dividida em cinco lotes e conta com investimentos da ordem de R$ 25 milhões, fruto de uma parceria entre a Prefeitura do Natal e o Governo Federal.

Saneamento e segurança são desafios na região

Apesar do otimismo com a chegada do Complexo, as fontes ouvidas pela TRIBUNA DO NORTE comentaram que há desafios a serem superados para melhorar a a atratividade de investimentos na região. Setores como saneamento, infraestrutura, limpeza e segurança pública estão entre os pontos de atenção. “Vejo como necessário um acesso mais qualificado à região, tanto para quem vem de Santa Rita, quanto para que vem do outro lado da capital”, sugere Renato Gomes, do Secovi.

“Tem ainda a questão da limpeza. Se houver esse planejamento, se a segurança funcionar, naturalmente outros bons atores vão surgir para que o equipamento seja melhor aproveitado”, afirma Gomes, em seguida.

Já para Sérgio Azevedo, do Sinduscon-RN, os problemas em relação a saneamento são o principal gargalo. “É preciso ampliar o saneamento em toda a zona Norte, porque, a partir desse aspecto, é bastante caro investir na área hoje em dia. O deslocamento pela região e a infraesttura urbana também precisam melhorar”, aponta Azevedo.

O empresário Ricardo Abreu reforça a necessidade de investimentos em vias de acesso à zona Norte e acrescenta: “Além de melhorar estradas, é importante pensar no aperfeiçoamento de linhas de transporte urbano. E não se pode esquecer do fator segurança para que o investimento privado venha muito mais rápido”.

Estudos para PPP

Para gerenciar a operação do Complexo Turístico da Redinha, a Prefeitura pretende conceder o ativo à iniciativa privada. De acordo com Danielle Mafra, secretária-executiva de PPPs e Concessões de Ntal, o edital deverá ser lançado em breve. Estudos técnicos estão sendo elaborados para analisar a viabilidade da parceria. O edital irá contemplar desde estacionamentos, áreas de circulação, centro de artesanato e o próprio mercado.

Segundo Mafra, algumas empresas já demonstram interesse em fazer parte da parceria com a Prefeitura. Ela preferiu não divulgar nenhuma estimativa de investimentos no âmbito da concessão. A Prefeitura tem trabalhado no edital desde o início do ano para constituir exatamente qual será a área da concessão. A PPP para administração do Complexo da Redinha, de acordo com a gestora, deverá gerar valorização dos imóveis próximos, pois o investimento está sendo feito em vias de acesso, iluminação da região e uma estação própria de tratamento de esgoto.

Também foi feita a proteção costeira na praia, através do enrocamento de proteção do Mercado. “É uma licitação grande, com seis lotes diferentes. Existem seis frentes de trabalho, dentre elas, iluminação pública, drenagem, calçada, pavimentação. Temos um ponto com vocação turística, mas tinha a necessidade de melhorias da praia urbana. Temos na gestão do prefeito Álvaro Dias uma ação contínua de valorização dos equipamentos públicos para preservar a história e a cultura de Natal, atrair novos empreendimentos, mais emprego e oportunidade para empresas de Natal”, afirma a Secretária.

Tribuna do Norte

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