A implantação de parques eólicos no Brasil deverá gerar mais de 1 milhão de empregos até o ano 2038, com 85% das vagas em operação e manutenção concentradas no Nordeste e predominância de oportunidades para profissionais na área técnica.
Os dados fazem parte de um estudo detalhado nesta quarta-feira (22), em Natal, no Fórum de Energias Renováveis promovido pelo Sebrae-RN, com apoio do SENAI do Rio Grande do Norte e da Federação das Indústrias do estado (FIERN).
A programação segue até as 17h desta quinta, no Hotel Holiday Inn.
Empregos
Intitulado “Criação de Empregos no setor eólico brasileiro”, o estudo apresentado no evento estima a demanda futura por mão de obra especializada na atividade e aponta, ainda, tendência à expansão da participação feminina no setor.
No campo da energia eólica offshore, observa que a atividade “requer uma base multidisciplinar de conhecimento nas áreas de mecânica, elétrica, física, software, engenharia civil e de oceanografia, além da necessidade de profissionais no setor integrarem competências em meteorologia, saúde, meio ambiente e segurança, no contexto do gerenciamento de projetos de alta complexidade em todas as fases do ciclo de vida do projeto e da cadeia de fornecedores”.
Os dados foram originalmente publicados em outubro de 2020, mas uma nova edição, revisada, foi lançada em 2023. (Clique aqui para acessá-la)
Oportunidades
O documento traz estimativas de curto, médio e longo prazos para criação de empregos na cadeia produtiva principalmente do onshore, ou seja, em atividades voltadas a parques eólicos em terra.
Mas, segundo o consultor Jorge Boeira, que participou do estudo e apresentou os resultados no painel “Profissionais do Futuro: Empreendedorismo e empregabilidade no setor energético”, do Fórum de Energias Renováveis, não há dúvidas, de que as oportunidades serão potencializadas com a futura implantação de parques eólicos também no mar.
Os primeiros projetos do tipo estão à espera de licenciamento no Brasil, a maioria deles na costa de estados nordestinos. Só para o Rio Grande do Norte há, pelo menos, 10 projetos cadastrados, com potência somada de 17,8 Gigawatts (GW). O número representa quase 10% do previsto até agora para o país e o dobro da capacidade atual existente nos parques terrestres do estado.
“O offshore é muito diferente do que vemos hoje no onshore. Emprega muito mais gente e, no processo de instalação, está muito mais próximo às qualificações exigidas na cadeia produtiva de óleo e gás. O perfil do trabalhador tem mais diversidade”, disse Boeira.
Durante a apresentação, ele observou que “no O&M (a área de operação e manutenção), cada vez que se insere mais energia eólica em um estado, abre-se perspectiva de geração de emprego na manutenção e na operação durante mais ou menos 20 ou 25 anos, que é o tempo útil de um parque eólico”.
O estudo foi desenvolvido a pedido da Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio do Projeto Profissionais do Futuro, que reúne os Ministérios da Educação (MEC) e de Minas e Energia (MME) com a agência pública alemã GIZ.