Marcado em todo o Brasil como o período de conscientização do câncer infantojuvenil, o Setembro Dourado acontece durante todo este mês com ações de alerta e combate a essa doença que atinge, anualmente, milhares de crianças e adolescentes no mundo todo. A campanha, de iniciativa da Confederação Nacional das Instituições de Apoio e Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer – CONIACC, conta em Natal com a participação das instituições de apoio como a Casa Durval Paiva e o GACC/RN, dos hospitais de referência no tratamento do câncer, Varela Santiago e Liga Norteriograndense e de diversos parceiros como o Governo do Estado, a Prefeitura do Natal e a CBTU. Além de chamar a atenção para os sinais de alerta da doença, a campanha visa diminuir a taxa de mortalidade do público-alvo, ressaltando a relevância do diagnóstico precoce e o tratamento prévio como fatores essenciais para a cura.
Neste mês, as 50 instituições participantes em todo o país desenvolverão ações simultaneamente, na luta contra o câncer infantojuvenil. Na capital potiguar, serão realizadas atividades divulgando os principais sinais de alerta para o diagnóstico precoce; estimulando a investigação clínica do câncer; alertando a população quanto às chances de cura e captando novos voluntários. Este ano, ocorrerão audiências públicas na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal de Natal, Ato Solene na Prefeitura do Natal, ações nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), Unidades de Saúde, Escolas da rede municipal de Natal, estações de trem e paradas de ônibus, palestras, distribuição de panfletos e laços dourados, apresentação de peça com mamulengos, além de mobilização de influenciadores digitais para postagens de vídeo nas mídias sociais.
De acordo com o presidente da CONIACC e da Casa Durval Paiva, Rilder Campos, o Setembro Dourado deve ser entendido e acolhido por toda a população. “É importante compreender que o câncer infantojuvenil é um problema de todos e não somente de quem é acometido com tal diagnóstico. Além de envolver essas instituições, o nosso foco é chegar a cada casa, cada pessoa, cada família, para que essas possam somar forças na luta contra a doença, tendo atenção aos sinais, para assim modificarmos os índices de mortalidade e aumentarmos os números da cura, pois esse é o nosso maior foco! ”, enfatiza Rilder Campos.
Dados, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), indicam que haverá em torno de 12 mil novos casos de câncer infantojuvenil. Para tanto, ainda segundo informações do INCA, nas últimas quatro décadas, o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi extremamente significativo. Atualmente, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos da doença podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. A maioria deles terá boa qualidade de vida depois do tratamento.
Apesar de alguns avanços positivos nos dados, tanto de acordo com a Sociedade brasileira de Oncologia Pediátrica – SOBOPE quanto do INCA, a taxa de cura ainda deixa a desejar mediante a descoberta tardia, o câncer já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, perdendo apenas para fatores externos como acidentes e violência.
Câncer Infantojuvenil
Esse tipo de neoplasia está relacionado a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Se distinguindo do adulto, o câncer infantojuvenil geralmente afeta células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação. Os tumores na criança e no adolescente são constituídos de células indiferenciadas, o que, comumente, facilita e proporciona uma resposta mais ágil aos tratamentos.
Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afetam os glóbulos brancos), os que atingem o sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático).
Também acometem esse público o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor germinativo (das células que originam os ovários e os testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).
Pais e responsáveis precisam estar atentos aos principais sinais de alerta, tais como: palidez progressiva; sangramentos ou manchas roxas sem relação com traumas; febre prolongada sem causa definida; vômitos e dores de cabeça persistentes, principalmente pela manhã; alteração da marcha ou da visão ou diminuição da força em pernas ou braços; caroços em qualquer lugar do corpo; ínguas; dores no corpo que não passam e atrapalham as atividades das crianças e brilho branco nos olhos registrada em fotografia com flash. Os sinais descritos não significam que a criança ou o adolescente tem câncer, mas que precisa ser consultado por um oncologista pediatra.