Longa de Kleber Mendonça Filho é o candidato brasileiro à Palma de Ouro do festival
A sessão de gala de “Aquarius”, candidato brasileiro à Palma de Ouro do 69ª Festival de Cannes, ocorrida no final da tarde desta terça-feira (17), foi marcada por protestos contra a situação política do Brasil. Ainda durante a famosa passagem pelo tapete vermelho, a equipe do filme do diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho parou no topo da escadaria que leva à entrada do Grand Théàtre Lumière, principal cinema da maratona francesa, para abrir pequenos cartazes com frases em francês e inglês contra o governo interino de Michel Temer.
“O mundo não pode aceitar a ilegalidade desse governo”, “Um golpe aconteceu no Brasil”, “54.501.118 de votos foram queimados!”, “Chovinistas, racistas e trambiqueiros como ministros”, “Nós resistiremos!”, “O Brasil não é mais uma democracia”, diziam alguns dos cartazes que os integrantes do longa-metragem abriram para dezenas de fotógrafos e cinegrafistas do mundo inteiro. Dentro da imensa sala de projeção, com 2.300 lugares, já lotada, para onde a monter des marches é transmitida, dezenas de brasileiros reagiram batendo palmas. Um deles chegou a gritar: “Fora, Temer!”.
No tapete vermelho, a equipe se manteve inicialmente parada, posando para fotos. Em seguida, Mendonça Filho tirou do paletó o primeiro cartaz. Os colegas, então, fizeram o mesmo. Maeve Jinkings tirou a folha de papel de dentro da bolsa, que ela colocou no chão. Um dos integrantes da equipe foi além e abriu a camisa, revelando, por baixo, uma foto da presidente afastada Dilma Rousseff.
O Globo