O Rio Grande do Norte é o primeiro estado do Brasil a construir e publicar um Protocolo Clínico sobre o novo coronavírus (2019-nCoV). O instrumento irá proporcionar uma orientação a todas as equipes de saúde que receberão os possíveis doentes infectados pelo vírus.
Essa iniciativa e as demais ações de planejamento e prevenção para a possível circulação do coronavírus foram apresentadas pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) à imprensa potiguar, na manhã desta sexta-feira (31).
Além do protocolo, entre as atividades já desenvolvidas estão a criação de uma Nota Técnica, com informações para a população e profissionais da saúde sobre o novo coronavírus, e um Fluxo de Atendimento aos casos suspeitos do 2019-nCoV.
O secretário adjunto da saúde, Petrônio Spinelli, explicou que todas as medidas tomadas até o momento são de caráter preventivo. “Estamos em contato permanente com as autoridades de saúde do país como forma de precaução e antecipação aos fatos. Não há motivo para pânico e a sociedade pode confiar que a Sesap está tomando todas as medidas e organizando fluxos para termos condições técnicas e assistenciais para uma boa resposta a esta emergência de saúde internacional”, afirmou Petrônio.
O Ministério da Saúde ainda não determinou o bloqueio ou controle excessivo da entrada de passageiros nos portos e aeroportos, mas já existem planos de contingência específicos e fluxos determinados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Estabelecemos parcerias importantes com a Anvisa, UFRN e Sociedade norte-rio-grandense de Infectologia no sentindo de nos anteciparmos para a ocorrência de casos suspeitos no RN. Fizemos reuniões com diretores dos hospitais públicos e privados e lançamos o primeiro protocolo clínico do Brasil para uniformizar o manejo dos pacientes”, explicou Alessandra Lucchesi, subcoordenadora de vigilância epidemiológica da Sesap.
Inicialmente os hospitais de referência para atendimentos dos possíveis casos suspeitos são o Giselda Trigueiro e Maria Alice Fernandes em Natal. Caso necessário, também serão inseridos os hospitais Rafael Fernandes, em Mossoró, e Telecila Freitas Fontes, em Caicó.
De acordo com André Prudente, infectologista e diretor do Hospital Giselda Trigueiro, o índice de letalidade do novo coronavírus é menor que a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) ou outros vírus respiratórios.
“Estamos equipando uma enfermaria que estava desativada no Giselda Trigueiro, com 25 leitos semi-intensivos. Todas as medidas estão sendo tomadas para que se chegar o vírus no Rio Grande do Norte a gente está apto a atender. O novo coronavírus pode ser transmitido a qualquer pessoa do mundo já que ninguém tem imunidade contra ele, mas ele não possui uma alta letalidade se compararmos aos dados de quando surgiu o Sars”, destacou o médico.
André ainda pontuou sobre as medicas de prevenção, que se assemelham as da gripe: “É importante lavar as mãos frequentemente com água e sabão, evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas, evitar contato próximo com pessoas doentes, ficar em casa quando estiver doente, cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e neste momento, evitar viagens à China”.