Representantes de servidores públicos do Estado reagiram à decisão do governo de suspender as negociações sobre reajuste salarial e concurso público até que haja definição sobre a manutenção ou não da alíquota de ICMS em 20% no Rio Grande do Norte. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (9), em uma série de reuniões comandadas pelo secretário de Administração, Pedro Lopes, e pelo secretário adjunto do Gabinete Civil, Ivanilson Maia.
Rosália Fernandes, coordenadora do SindSaúde, afirmou ao Diário do RN que ficou surpresa com a notícia da suspensão da recomposição.
“Fomos surpreendidos com a informação de que o estado está passando por uma crise, que não tem dinheiro, que não haverá nenhuma reposição para nenhum funcionário público. Porém, em setembro eles iam anunciar o reajuste e agora colocam a responsabilidade disso na questão do aumento da alíquota do ICMS”, afirmou Rosária.
Ela afirmou que é preciso colocar nas contas o alto gastos com serviços de terceirização e privatização. “O governo não coloca que o aumento dessa folha está a questão da terceirização e da privatização, que aumentou durante esses cinco anos. Quem sustenta o Estado nas costas são os servidores, que não tem reajuste há muito tempo”.
Antônia Yara, enfermeira e representante do Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Rio Grande do Norte (Sindern), afirmou que a categoria está indignada com a situação. “Hoje, estamos indignados com essa situação, de sermos chamadas aqui para dizer que não vamos ter nenhuma negociação financeira, nenhum reajuste. Só entre março de 2022 a março de 2023 tivemos uma perda salarial em média de 21,87”.
O coordenador geral do Sinte/RN, Bruno Vital, explicou que essa medida afeta quem está sem reajuste.
“Essa ação afeta diretamente dos funcionários da educação, porque esses funcionários e funcionárias dependem da recomposição salarial, que o Estado está dizendo que não tem proposta para apresentar. E são servidores que têm um histórico de congelamento salarial. Ficaram anos com salário sem nenhum reajuste, em 2021 tiveram um reajuste, em 2022 já não tiveram e agora em 2023 também não. Então isso significa que essas pessoas ficam ali com salário extremamente baixo, congelado e também sem a perspectiva da realização do concurso público”.
Com informações do Portal da 98 FM