A manhã desta sexta-feira, 13, foi marcada por uma Assembleia Extraordinária da saúde de Natal, em frente a Câmara Municipal. Na ocasião, diante da nova proposta da Prefeitura de Natal e da possível judicialização do movimento, os trabalhadores e trabalhadoras, em conjunto com os representantes do Sindsaúde/RN, Sindern, Soern e Sinfarn decidiram, em votação, por suspender o movimento, mantendo o estado de greve, para observação do cumprimento dos pontos acordados na nova proposta. Caso a gestão não obedeça o acordo, principalmente no que diz respeito a primeira reunião da comissão da saúde para discutir as pautas, na primeira quinzena de junho, a SAÚDE VAI PARAR NOVAMENTE.
A decisão vem um dia após uma truculenta reunião na Secretaria Municipal de Saúde, cuja existência só foi informada aos sindicatos, apenas, com duas horas de antecedência e o ofício com os encaminhamentos foi enviado somente após às 19h. A greve da Saúde foi considerada vitoriosa pelas entidades sindicais, visto que graças a pressão do movimento, houve avanço nas pautas e dentre os pontos contemplados pela nova proposta, podemos destacar:
• Tabela atualizada para (Auxiliar de Saúde – 59,66%; Assistente em Saúde – 62,97%;Técnico em Saúde – 24,77%; Especialista em Saúde – 9%;
• Os profissionais do grupo “Assistente em Saúde” detentores de diploma ou certificado expedido por curso técnico, receberão seus vencimentos em conformidade com a tabela de Técnico em Saúde.
• Será formada uma comissão permanente com um representante de cada Sindicato: Sindsaúde/RN, Sindern, Soern e Sinfarn, além da SMS, SEMAD e a SMG, bem como, da Câmara Municipal através da Comissão de Saúde e Comissão de Direitos Humanos e Trabalho, com o objetivo de tratar da implantação e pagamento retroativo das gratificações, adicionais de insalubridade, adicionais noturnos, atualização de quinquênios, progressões funcionais e revisão do PCCV, cuja data da primeira reunião será até a primeira quinzena de junho.
A greve unificada da saúde de Natal completou um mês e dois dias e foi marcada por grandes Assembleias, Atos Públicos, panfletagens, atividades de formação política e muita luta. Os trabalhadores e trabalhadoras deram um show de compromisso e empenho no movimento grevista. Foram mais de trinta dias enfrentando chuva, sol, o próprio cansaço, o assédio moral dos gestores nos locais de trabalho, os ataques da mídia hegemônica que muitas vezes criminalizou o movimento, a pequena parte da população que não entende e não apoiou a greve, enfim, a categoria fez história e, com certeza, seguirá fazendo.
A luta não para, no entanto. É importante que a categoria siga atenta e firme no combate à retirada de direitos, no andamento da questão referente à implantação e pagamento retroativo das gratificações, adicionais de insalubridade, adicionais noturnos, atualização de quinquênios, progressões funcionais e revisão do PCCV. Álvaro Dias (PSDB) não gosta de quem luta e, justamente por isso, seguiremos lutando!