
Cerca de 90% dos empreendedores do setor de beleza e estética são MEI. Foto: Agência Sebrae
Os serviços de cabeleireiros, manicure e pedicure têm atraído um número crescente de profissionais potiguares que decidem empreender e abrir um negócio próprio. Atualmente, mais de 8 mil empreendimentos estão registrados no segmento dos serviços de beleza e estética, a maioria deles – cerca de 90% – é Microempreendedor Individual. Esse tipo de empresa tem registrado um crescimento anual médio de 30,8%. Isso significa que, de cada dez empresas formalizadas no estado como MEI na área de serviço durante o ano, pouco mais de três escolhe atuar com serviços prestados em salões de beleza.
Para estimular esse público a adotar as novas regras técnicas recém criadas para o setor, o Sebrae no Rio Grande do Norte idealizou um espaço para a apresentar as Normas Técnicas da Associação Brasileira das Normas Técnicas (ABNT) para o setor de beleza como uma ferramenta de inovação para melhorar a qualidade dos serviços prestados pelos pequenos negócios. O espaço foi estruturado no principal evento do segmento em Natal, a Natal Hair, que ocorreu no Centro de Convenções e encerrou na segunda-feira (21).
A proposta era mostrar um ambiente saudável para os clientes, profissionais e colaboradores do salão de beleza, observando um layout que preza pela padronização dos processos e procedimentos, pela melhor gestão do negócio e para o bem-estar dos frequentadores. De forma lúdica e guiada por um consultor, os visitantes puderam entender os detalhes das três normas que regem esse setor: As NBRs 16.283, 16.383 e 16.483, todas elaboradas pela ABNT com a participação de profissionais e entidades representativas desse setor.
As normas possibilitam enxergar a realidade de um salão de beleza atentando para temas como sustentabilidade do negócio, biossegurança, controles operacionais e legislação. “Essas mornas servem para trazer um diferencial competitivos para os pequenos empreendimentos, dando condições de se equipararem aos grandes na hora da prestação do serviço. As pequenas empresas podem, inclusive, obter certificação dentro dessas normas”, explica Marília Aranha, que é gestora do Projeto Beleza e Bem Estar do Sebrae-RN, que atende mais de 30 empresas do segmento.
Segundo Marília Aranha, os salões interessados em se preparar para a certificação podem procurar o Sebrae, que chega a custear até 70% do valor das consultorias para adequação às normas via programa Sebraetec. O empresário pode procurar um ponto de atendimento do Sebrae mais próximo. Após a empresa ser auditada pela ABNT, recebe a certificação. Segundo a gestora, a concepção do espaço, denominado Salão da Norma, visa capacitar os profissionais e tornar pública essa nova legislação.
Uma das pessoas que visitaram o espaço foi Joyce Vanessa Moreira. Ela já atua nessa área prestando serviço em domicílio, mas, agora, pretende montar um salão de beleza próprio no bairro de Bom Pastor, zona Oeste da capital. “Minha ideia é focar nos serviços para o público de eventos, como formaturas e casamentos. Por isso, é importante começar certo, dentro das normas”, justifica, adiantando que deverá abrir o estabelecimento em um mês e registrá-lo como MEI.
Nomenclatura
O que a legislação propõe é uma série de padronização de procedimentos e nomenclaturas que passa a valer em todo o Brasil. Isso acaba de vez, por exemplo, com os nomes exóticos dados por diferentes salões de beleza ao processo de alisamento de cabelos, que, muitas vezes, sem a devida explicação, deixam dúvidas na mente do consumidor. A norma é tão importante que dá uma nomenclatura específica ao procedimento de fazaer o friso na pontinha da unha, chamado por uns de francesinha e por outros de espanhola. O ponto mais importante da norma é a padronização, para que todos os salões sejam iguais.
Na prática, os salões que aderirem à norma vão estar dentro do padrão e vão facilitar o entendimento de clientes e profissionais sobre procedimentos e aumentar a segurança de que o serviço buscado pelo consumidor é compatível com o que é oferecido pelo salão. Essa parte de temrinolgia é o objeto da NBR 16.283.
A legislação também inclui procedimentos padrões de boas práticas, com exigências sanitárias e de higiene e segurança, previstos na NBR 16.383, além de orientações sobre móveis e instalações, e ainda na área de meio ambiente e sustentabilidade. Há ainda recomendações para a formação profissional no segmento. A norma indica o padrão mínimo para uma pessoa possa ser cabeleireiro tem que ter segundo grau completo e um número determinado de horas. Isso está disposto na NBR 16.483.

