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SENAI-RN recebe “Selo ODS Educação” por formação de mulheres especialistas para parques eólicos

FOTO: DIVULGAÇÃO

O SENAI do Rio Grande do Norte recebeu, nesta terça-feira (05), o “Selo ODS Educação” – um reconhecimento nacional público pela formação das primeiras mulheres especialistas do Rio Grande do Norte em operação e manutenção de parques eólicos.

O projeto, realizado pelo Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), da instituição, em parceria com a AES Brasil, teve o objetivo de impulsionar a participação feminina no mercado, em um contexto nacional e internacional em que os homens são maioria.

“Este Selo é um reconhecimento que demonstra o esforço do SENAI para atender à sociedade como um todo. É exemplo do que fazemos junto à indústria de energias renováveis, mas é importante que tenhamos a consciência de que fazemos e podemos fazer mais também por outros segmentos do setor industrial”, diz o diretor regional do SENAI-RN, do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e da FAETI – Faculdade de Energias Renováveis e Tecnologias Industriais do SENAI, Rodrigo Mello.

A expectativa, segundo ele, é que “a comunicação dessa conquista se dê de forma provocativa para que outras indústrias e pessoas se interessem pelo tema – e novos projetos possam ser viabilizados”. “Esperamos poder multiplicar as oportunidades”.

Impulso

Amora Vieira, diretora do CTGAS-ER e representante do SENAI-RN na cerimônia de entrega do Selo, afirmou que esse “reconhecimento põe a instituição em um degrau importante e necessário sobre a atuação nos projetos que envolvem a igualdade de gênero”.

“É um degrau importante porque somos uma instituição imbuída da missão de formação de pessoas para a indústria e necessário porque trouxe possibilidades e convergência com as estratégias da indústria, em especial a de energia, confiando na nossa capacidade de reinventar a forma de entrega para algo tão especial, como a formação de mulheres para um setor ainda com atuação predominantemente masculina”, acrescenta a executiva.

A diretora lidera as estratégias da instituição ligadas aos ODS e analisa que o Selo “dá ainda mais impulso ao SENAI para novos projetos de educação, valida compromissos e entregas ao mercado, além de abrir novas frentes possíveis para outros segmentos industriais”.

“Nós faremos uso desse reconhecimento para comunicar que podemos aplicar essa experiência também em outras indústrias. Encontramos um caminho acertado para exercer nosso papel de formar pessoas e contribuir para que elas percebam as oportunidades e acessem os caminhos disponíveis rumo à empregabilidade”, frisa.

Selo

O Selo ODS Educação é uma certificação concedida pelo Instituto Selo Social, em conjunto com o Programa Especial UnB 2030, da Universidade de Brasília, e o grupo de trabalho Agenda 2030 (GTAgenda2030).

Por meio da iniciativa, são reconhecidas instituições de ensino que demonstram contribuição para o alcance da Agenda 2030 da ONU – um conjunto de 17 Objetivos a serem atingidos até o ano 2030 por diversos países, incluindo o Brasil, que envolve acabar com a pobreza, reduzir desigualdades, fomentar a educação de qualidade e combater as mudanças climáticas no mundo.

Trabalhos de 39 organizações foram contemplados nesta edição, a segunda da iniciativa criada no Brasil. Do Rio Grande do Norte, além do SENAI-RN, foram reconhecidos o Senac, a UERN e a UFRN. A cerimônia de entrega foi realizada na Escola Paulista da Magistratura – EPM, em São Paulo, com transmissão ao vivo no YouTube.

Durante o evento, as 39 instituições foram apresentadas como “símbolos do protagonismo e união que desenvolveram ao longo deste ciclo, reconhecendo e alinhando seus impactos sociais aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em um movimento por um lugar melhor para todos viverem”.

O SENAI do Rio Grande do Norte foi chamado ao palco com a menção de que foi “certificado com o Selo ODS Educação em um projeto com quatro impactos sociais – os ODS 4, 5, 9 e 10”, que correspondem, respectivamente, à “Educação de qualidade”, “Igualdade de Gênero”, “Indústria, Inovação e Infraestrutura” e “Redução das Desigualdades”.

A especialização das mulheres para atividades de operação e manutenção no setor eólico contou com participantes de 17 municípios do Rio Grande do Norte, estado brasileiro que mais produz energia eólica em terra e uma das zonas potenciais de investimentos em futuros complexos eólicos também no offshore (no mar) – com 14 projetos à espera de licenciamento.

O processo seletivo para o curso recebeu aproximadamente 600 currículos e, devido ao alto nível das candidatas, o número de vagas, que seria originalmente 60, foi ampliado para 73.

O programa de formação abrangeu 460 horas de aulas, equivalentes a aproximadamente seis meses de estudo e foi oferecido de forma gratuita, com encontros online (ao vivo) e um presencial. Há registros de egressas contratadas pela AES Brasil e por outras empresas do setor.

Cerimônia destaca contribuições para “mundo mais sustentável e de mais justiça social”

A cerimônia de entrega do Selo, realizada com o apoio da Universidade Estadual Paulista (Unesp), foi descrita pela organização do evento como “um dia muito especial para a educação, um dia para celebrarmos o reconhecimento dos esforços de muitas educadoras, educadores, gestoras e gestores acadêmicos, que em seu trabalho incansável contribuem para que as presentes  e as futuras gerações vivam em um mundo mais sustentável e de mais justiça social, no qual a vida continue sendo possível neste planeta”.

O presidente do Instituto Selo Social, Fernando Assanti, lembrou um “alerta” emitido pela ONU de que os “ODS estariam em risco”, com “apenas 30% das metas alcançáveis até 2030”, se considerado o ritmo das ações desenvolvidas no mundo para atingi-las.

Ele citou o Selo ODS e as instituições de ensino como “braços” importantes para ajudar a virar esse jogo. “E eu desejo que hoje, a partir do reconhecimento do Selo, todos nós possamos reafirmar o nosso compromisso de resgate dessa agenda. Nós temos ainda sete anos para trabalhar por ela. A gente consegue avançar, a gente pode fazer mais, conseguimos, juntos, realizar um mundo com muito mais amor avançando nos ODS e sem deixar ninguém para trás”.

Nesta edição, foram identificados 889 impactos sociais, por meio de 360 projetos desenvolvidos por unidades de ensino públicas e privadas, localizadas em diversos estados do país. O número de iniciativas cadastradas para avaliação aumentou 300% em relação a 2023.

“São todos muito vitoriosos”, disse Adriana Ferrari, representante do GT 2030. “Só a gente sabe como a gente coloca uma iniciativa em pé. Muitas vezes a gente não acredita, mas acho que uma coisa bonita que tem na Agenda 2030 é que, às vezes, uma ação singela tem muitos reflexos. Quando a gente fala de não deixar ninguém para trás, a gente está falando de 1. E para aquele 1, faz diferença, então vamos acreditar nesse potencial e nas nossas experiências”.

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