O SENAI do Rio Grande do Norte anunciou, nesta sexta-feira (20), o primeiro “pacote” de formações profissionais do estado com foco em hidrogênio verde.
A investida inclui cursos presenciais e à distância, que contemplam desde as bases do que é o produto, até a aplicação em áreas como eletromobilidade.
As aulas terão início em 2025, em datas que variam entre 15 de janeiro e 05 maio.
Presencialmente, as atividades serão realizadas em Natal, no primeiro “Centro de Excelência em Formação Profissional para Hidrogênio Verde” do Brasil – parte do Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), do SENAI-RN.
“Quando a gente olha para a história do CTGAS-ER e para a estratégia de investimentos do Centro na formação de pessoas para as indústrias de energia eólica e solar, por exemplo, a gente vê o hidrogênio como um novo pilar que chega para a integração dessas fontes de energia na indústria”, diz a diretora do CTGAS-ER, Amora Vieira
“Nossos esforços são para continuar evoluindo junto com o mercado e com a demanda que existe em termos de tecnologia e formação de pessoas”, acrescenta.
A lista de formações presenciais confirmadas nesta sexta engloba os cursos “Hidrogênio Verde”, “Principais aplicações do hidrogênio verde (H2V)”, “Hidrogênio verde (H2V) para eletromobilidade” e “Hidrogênio verde (H2V) com ênfase na geração eólica e solar”.
Na modalidade EAD (Educação à distância), o curso “Hidrogênio verde em pauta”, que já constava no portfólio da instituição, terá novas turmas a partir de fevereiro.
As cargas horárias vão de 20 a 40 horas. Os pré-requisitos e o investimento dependem da área escolhida.
Mais informações e matrículas estão disponíveis no site www.futuro.digital/rn.
Alemanha
O hidrogênio é um gás e é chamado de “verde” quando a eletricidade usada no processo químico para obtê-lo vem de fontes renováveis, como hidrelétrica, eólica e solar.
Ele é alternativa à produção a partir de gás metano, mais comum hoje, e um potencial insumo para as indústrias, para combustível, assim como potencial meio de armazenamento de energias limpas para exportação.
O desenvolvimento do laboratório e o treinamento das equipes de instrutores/as do SENAI-RN para as formações na área são frutos de uma parceria da instituição com a Alemanha.
Os recursos fazem parte do projeto H2Brasil, que integra a cooperação entre os governos do Brasil e do país europeu.
O projeto foi implementado pela Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) e pelo Ministério de Minas e Energia (MME), com financiamento do Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ) da Alemanha.
“Partindo de tudo que foi construído, olhando para o futuro, olhando para o hidrogênio, e para a parceria com a GIZ, nós vemos a incorporação do Centro de Excelência a nossa infraestrutura e a estreia dos cursos nessa área no nosso portfólio como caminhos que podem ajudar a impulsionar a indústria, o emprego e a sustentabilidade no Brasil”, observa Vieira.
Dois dos cursos divulgados no pacote desta sexta – o Hidrogênio Verde e o Hidrogênio Verde em pauta – começaram a ser oferecidos em 2024 como experiências-piloto e, segundo a diretora, passam a integrar o rol de opções disponíveis no portfólio de 2025.
Tecnologias
A executiva observa que uma parceria firmada com a empresa Nova Slides introduziu tecnologias de realidade aumentada nas aulas, com testes já realizados nas turmas iniciais.
“A Nova Slides nos procurou para desenvolver tecnologias educacionais, num primeiro momento voltadas ao hidrogênio, e, dentro desse relacionamento, nossa equipe de instrutores, junto com a equipe da empresa, construiu soluções que oferecem aos alunos novas experiências com o uso do computador, onde podem expandir imagens, verificar peças, sistemas e, por exemplo, responder em tempo real a uma espécie de quiz, com perguntas baseadas no conteúdo ensinado”, explica a diretora. “Isso torna o processo muito mais interativo e abre novas perspectivas de aprendizado para as turmas”, frisa.
O “Centro de Excelência em Formação Profissional para Hidrogênio Verde”, onde são realizadas as aulas, foi inaugurado em fevereiro deste ano e é o primeiro do Brasil com essa perspectiva.
A estrutura envolve estações de ensino capazes de mostrar – em condições reais de operação – desde a geração de energias renováveis para produção de hidrogênio verde até a obtenção e a aplicação prática do produto.
O laboratório implantado para aulas, experimentos e outras atividades voltadas à educação, inclui sistemas experimentais de produção do hidrogênio, alimentados por módulos de energia solar e um microgerador de energia eólica, que possibilitam a realização de cursos com diferentes níveis de complexidade.
Uma frota de carros em miniatura é “abastecida”, no local, com o chamado “combustível do futuro”. São cinco modelos “Fcat- Fuel Cell Automotive Trainer” – automóveis de treinamento movidos a células de combustível, que têm o hidrogênio como fonte de energia – em meio às inovações disponíveis para o ensino sobre aplicações práticas do produto.
A tecnologia tem origem na Alemanha. Especialistas da Heliocentris, empresa do país europeu responsável pelos equipamentos, estruturaram o laboratório em conjunto com o SENAI.