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SENAI-RN e especialistas mostram como aumentar as chances de emprego em energias renováveis

FOTO: DIVULGAÇÃO

Anúncio publicado em um site nacional de empregos avisa: há vagas, no Rio Grande do Norte, para consultor e consultora de montagem eletromecânica no setor de energia solar, com experiência profissional e formação em eletrotécnica ou graduação em Engenharia Elétrica.

Para instalação, reparo e manutenção de sistemas fotovoltaicos em residências ou estabelecimentos comerciais, a busca é por eletricistas ou profissionais de eletrotécnica – uma das formações que também marcam presença, com destaque, entre os requisitos para atuação em parques eólicos.

A cadeia produtiva das energias renováveis fechou o ano de 2021 com 12,7 milhões de empregos no mundo, um avanço de aproximadamente 6% ante os 12 milhões registrados em 2020 – e a projeção, para este e os próximos anos, é de mais crescimento.

No Brasil, que concentra a segunda maior fatia desses postos de trabalho, atrás somente da China, 1,27 milhão de ocupações são registradas na atividade e mais de 200 mil, do total, estão ligadas apenas às indústrias de energia solar e eólica, segundo o Anuário 2022 “Renewable energy and jobs” da Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena, da sigla em inglês).

Com novos projetos previstos em terra e no mar, o ritmo de investimentos e de empregos continua aquecido, mas engana-se quem pensa que um diploma no currículo e experiência sem atualização são garantias de oportunidades.

“Não basta ter uma certificação para ter emprego ou esperar que o mercado seja fácil, com oportunidades que caem do céu”, diz Rodrigo Mello, diretor do SENAI do Rio Grande do Norte, instituição que engloba o principal centro de educação profissional do SENAI no Brasil para energias renováveis e as indústrias do gás, o CTGAS-ER, e que vai abrir, em 2023, a primeira Faculdade do país de Energias Renováveis e Tecnologias Industriais, a FAETI.

“Estamos falando de um mercado que é extremamente competitivo. A cadeia de energias renováveis é uma cadeia produtiva gigante e com muita tecnologia embarcada, que requer permanente qualificação. O profissional precisa se manter qualificado, precisa ter atitude comportamental na forma de buscar o emprego, na forma de se apresentar e na forma de se reciclar quando consegue o emprego”, acrescenta Mello.

Seja na área técnica, de engenharia, em gestão de projetos, na área social ou em outras atividades, as vagas existem, observa ainda. “Mas as oportunidades são, principalmente, para o perfil profissional atento à importância de estar se aperfeiçoando”.

Formação

As vagas são variadas para ocupações na indústria, assim como o grau de exigência das empresas.

No setor eólico, ter formação técnica, especialmente em áreas como eletrotécnica, mecânica, mecatrônica e automação, assim como graduação, principalmente em engenharias (mecânica, elétrica, computação, civil e produção), faz os olhos de quem está contratando brilharem, frisa Tatyane Lima, supervisora de Serviços de Operação & Manutenção da Vestas, maior fabricante de aerogeradores do mundo, com presença, no Brasil, nos estados do Rio Grande do Norte, Bahia, Rio de Janeiro, Piauí, Ceará e Pernambuco.

Especializações, segundo ela, também contam, e muito. “As especializações tornam-se um ponto estratégico para quem quer entrar (na atividade), no sentido de abrir um pouco mais o currículo”, disse durante o painel “Onde estão as vagas de emprego e como aumentar as chances?”, parte da programação do Fórum de Energias Renováveis que o SENAI-RN, o SEBRAE e a Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN) realizaram em Natal.

Cursos de especialização em gerenciamento de projetos, segurança do trabalho, qualidade e energia eólica estão, segundo ela, entre os mais desejados pelo setor.

“Outro ponto importante é a disponibilidade para viagens, para trabalhar fora, para sair da zona de conforto”, observou, no mesmo painel, Filipe Gabriel Guimarães, supervisor de Operação e Manutenção da Vestas, na coordenação de implementação de projetos de melhorias em turbinas eólicas. “Muita gente”, diz ele, “se prende à região onde vive, à cidade onde mora, mas as oportunidades aparecem espalhadas”. “Nem sempre elas estarão ali perto, na mesma cidade ou no mesmo estado”.

No ramo da energia solar a qualificação também tem de acompanhar o desenvolvimento das tecnologias. “Cada vez mais a tecnologia está avançando e é de suma importância que o profissional, mesmo que já esteja com a sua formação, que já esteja no setor, volte de vez em quando para reavaliar alguns pontos, porque há sempre novas coisas para serem aprendidas. O sistema de fotovoltaica está sempre evoluindo. Tivemos um aumento de potência de 147% desde 2016. Isso vem com o avanço da tecnologia”, diz a instrutora do SENAI-RN nas áreas de energias renováveis e automação industrial, Jeane Ribeiro.

Desde o ano de 2017, o CTGAS-ER, do SENAI, formou mais de 1000 profissionais em cursos na área de energia solar. O Centro também desenvolveu um programa de certificação profissional específico para o setor, em parceria com a Câmara de Indústria e Comércio de Trier, da Alemanha. “E o calcanhar de Aquiles que percebemos nesse processo”, diz a instrutora, “é o comissionamento”. “A maioria das pessoas que passa pelo processo de certificação apresenta dificuldades nessa etapa, apesar de já trabalhar com sistemas fotovoltaicos”.

Cursos e especializações técnicas estão entre os caminhos possíveis para preencher lacunas de conhecimento na área. No CTGAS-ER, o Curso Técnico em Sistemas de Energia Renovável, por exemplo, tem parte do programa focada em comissionamento de Sistemas de Energia Solar e de Sistemas de Energia Eólica. O comissionamento de sistemas fotovoltaicos também aparece, na instituição, na programação em cursos de instalação de sistemas fotovoltaicos e de Especialização técnica em sistemas fotovoltaicos.

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