Policiais penais do Rio Grande do Norte decidiram não fazer serviços extras durante o Carnaval. Com isso, o sistema prisional do Estado poderá ficar vulnerável durante o feriadão, já que o efetivo é insuficiente para dar conta da demanda. A decisão da categoria foi confirmada nesta quinta-feira (16) por Vilma Batista, presidente do Sindicato dos Policiais Penais (Sindppen-RN), em entrevista à Jovem Pan Natal (89 FM).
Segundo Vilma, o motivo para a decisão é o atraso no pagamento das diárias operacionais por parte do Governo do Estado. Até agora, a categoria não recebeu as diárias de dezembro de 2022. E, segundo Vilma, a Secretaria de Planejamento e Finanças (Seplan) comunicou nesta quarta-feira (15) que o pagamento só poderá ser feito depois do Carnaval.
Vilma lamenta que os policiais tenham de paralisar as atividades, mas explica que o governo não tem atendido aos apelos da categoria para regularizar os pagamentos. “Durante o Carnaval, a partir de sexta-feira, neste período, vamos zerar os serviços extraordinários. É uma preocupação nossa, porque sabemos como está o sistema prisional, colapsado. Temos de 27 a 37 presos por celas e sabemos a fragilidade de como anda o sistema prisional”, afirmou Vilma, no Jornal da Manhã.
A presidente do Sindppen-RN lamenta a situação de diálogo difícil com a gestão da governadora Fátima Bezerra (PT). E compara o quadro atual ao de 2017, quando o Estado viveu rebeliões sangrentas em presídio, em especial na Penitenciária de Alcaçuz, em Nísia Floresta.
“Voltamos a uma época em que o sindicato e a própria categoria gritavam, falavam e as autoridades faziam de conta que não ouviam. Perdemos totalmente o controle do sistema em 2015 com manifestações orquestradas. Em 2017 tivemos aquele massacre e, infelizmente, se o governo continuar fazendo de conta que o sistema está tudo bem, que não precisa da devida manutenção, nós podemos voltar a acontecer isso”, destacou a policial.