O ranking das principais mercadorias que compõem a pauta de exportação do Rio Grande do Norte passou por uma reviravolta. Por décadas, o topo da lista vinha sendo ocupado com produtos do setor agropecuário, mais especificamente da fruticultura irrigada, que foram superados pelos da indústria do petróleo. Atualmente, o fuel oil – óleo combustível utilizado para refino – é a mercadoria mais exportada pelo estado. Somente no primeiro semestre deste ano, o RN exportou quase 300 mil toneladas do derivado de petróleo, o dobro do enviado no mesmo período de 2021. Isso equivale a um volume negociado da ordem de US$ 239,4 milhões. Cifra que já ultrapassa todo o valor obtido com o produto em 2021 – US$ 182,7 milhões – e supera também o total geral das exportações daquele ano de melão, que tradicionalmente era o principal item da pauta, cujo volume foi de US$ 103,9 milhões.
Em meio a um cenário de maior demanda e, consequentemente, alta nos preços dos combustíveis no mercado internacional, parte da volatilidade encadeada pela guerra entre Rússia e Ucrânia, os envios de fuel oil do Rio Grande do Norte para Singapura dispararam.
Enquanto em junho do ano passado o estado não havia exportado esse produto, no mês passado as exportações para Singapura atingiram as 122,2 mil toneladas do derivado de petróleo em apenas 30 dias, o que corresponde a um volume de US$ 115,4 milhões.
Em junho deste ano, o estado também registrou exportações, embora em volumes menos expressivos, de outro combustível, o querosene de aviação (QAv), que foi repassado para Portugal e somou algo perto de US$ 850 mil como resultado da negociação.
A ascensão dos derivados de petróleo na pauta de exportação potiguar é um dos destaques da edição deste mês do Boletim Balança Comercial do RN, um informativo elaborado pela Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae no Rio Grande do Norte com base nas informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, referente a junho de 2022. O boletim acompanha a evolução do comércio exterior do estado mês a mês e no semestre, assim como as operações de compra e venda de mercadorias no mercado internacional durante série histórica, que leva em consideração os cinco últimos anos.