Mulheres em cargos de liderança ou não e que, independente da função, se tornaram referência para o mercado de trabalho. É assim que o time feminino do Sebrae RN se destaca e atua para garantir um ambiente de equidade e que faça a diferença diante de um cenário em todo o País onde a presença masculina predomina, especialmente, em postos de direção ou gestão. E uma prova dos esforços nesse sentido é que as mulheres representam metade do quadro de funcionários do Sebrae no Estado. Em 2023, 60% das capacitações que aconteceram na instituição contaram com a participação feminina, uma prova também do interesse delas por qualificação e oportunidades.
Na manhã da quarta-feira (6), três mulheres – Alinne Dantas, Elisete Lopes e Simone Galvão – que têm atuado fortemente para fazer a diferença no Sebrae RN, receberam a TRIBUNA DO NORTE para falar das conquistas alcançadas à frente da gestão de equipes, bem como dos desafios encarados para somar esforços junto a um feito atingido no ano passado: o título de lugar mais incrível para se trabalhar. A premiação é organizada pelo portal UOL em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA), ligada à Universidade de São Paulo (USP).
“Hoje, no Sebrae as mulheres são muito mais ouvidas, ao mesmo tempo em que elas abraçam bem mais as oportunidades. Por isso temos a participação delas em 60% das capacitações que aconteceram no ano passado”, destaca Simone Galvão, gerente da unidade de Gestão de Pessoas da entidade. Galvão chegou ao Sebrae RN em 1991, após participar do primeiro processo seletivo que tinha como objetivo criar a unidade de Recursos Humanos da instituição.
“Comecei acertando, errando, revendo, me lançando e ajudando o Sebrae no sentido de entender quais as necessidades das equipes. Hoje, nós renovamos nosso quadro em mais de 60% com processos seletivos coordenados por mim. Temos cargos de gerência onde 70% deles foram selecionados por nós aqui da unidade, com um número bem expressivo de mulheres ocupando a liderança. Aqui não há distinção de salário e as oportunidades são as mesmas para todos. Falo disso com muito orgulho”, pontua Simone Galvão.
Elisete Lopes, gestora dos projetos RN Plural e Negócios de Impacto Socioambiental, chegou ao Sebrae há 15 anos para apoiar as empresas no acesso ao crédito. À medida que o tempo passou, ela migrou para outras unidades e hoje comanda, com dedicação, dois projetos sobre os quais discorre com afinco. “O RN Plural foca no apoio ao empreendedorismo de grupos subrepresentados (negros, indígenas, idosos, moradores de áreas periféricas). Já o Negócios de Impacto Socioambiental atua com empresas que têm como razão de existir a solução de problemas ambientais”, descreve.
No âmbito do empreendedorismo feminino, Lopes destaca o trabalho que é feito por meio de soluções que atendam às características mais peculiares de cada uma. “A mulher tem menos tempo para se dedicar aos próprios negócios, porque fica para elas a maioria das atividades domésticas e de cuidado”, afirma. De olho nas especificidades de cada grupo, Elisete Lopes comanda iniciativas como o Quartzo, um programa voltado para o afroempreendedorismo feminino.
“As mulheres negras necessitam de mais investimentos de terceiros do que as mulheres brancas, em razão de uma condição socieconômica menor. O Quartzo é o único programa de aceleração que a gente não cobra nenhuma contrapartida da participante. Selecionamos os melhores projetos e oferecemos uma premiação para que elas invistam no próprio negócio. Além disso, desenvolvemos a questão de letramento racial para que elas se compreendam como afroempreendedoras”, frisa Elisete Lopes.
Alinne Dantas, gerente da unidade de Gestão Estratégica do Sebrae RN, afirma que educar para a igualdade de gênero é fundamental no ambiente de trabalho, mas também fora dele. “É algo que eu estou muito atenta, inclusive em casa, com meu filho”, diz. Dantas chegou à instituição em 2004 para participar da segunda turma de trainee. Economista de formação, sempre gostou de trabalhar com finanças e planejamento.
Liderar a gestão estratégica do Sebrae é muito desafiador, segundo ela mesma define, mas potencializar o trabalho em equipe é o foco da gerente. “Meu desafio é promover a melhor versão das pessoas. Acho que tenho conseguido cumprir bem esse papel”, cita entre risos. “Fico muito feliz quando vejo alguém da minha equipe fazendo um trabalho de excelência. Isso vale muito para mim”, assinala ela ao comentar sobre o quanto os desafios no mercado de trabalho são potencializados para as mulheres.
“São muitas cobranças para nós. Por isso, os índices mostram uma maior capacitação feminina. Mas eu acredito que encontrar uma rede de mulheres que inspiram e se apoiam é importante para fazer com que as coisas fiquem mais leves. São questões como o fato de a mulher ter que escolher entre o trabalho e a maternidade, por exemplo. Definitivamente, acredito que não se deve ter de fazer essa escolha como aconteceu em outras gerações”, afirma. “Se cercar de mulheres que te colocam para a frente é primordial. A rede de apoio é a base. Eu tive a sorte de ter essas mulheres na minha vida e vejo o quanto isso é inspirador”, finaliza Alinne Dantas.
Tribuna do Norte