O novo ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, disse que as Forças Armadas não são contra a venda de estatais. Segundo ele, as FA se preocupam com o território. “Somos muito ciosos das nossas fronteiras, dos nossos valores”, disse.
Luiz Eduardo Ramos, que foi escolhido por Bolsonaro para substituir Santos Cruz em 13 de junho, concedeu entrevista ao jornal Valor Econômico na 4ª feira (19.jun).
Ainda sobre privatizações, falou: “Se a Petrobras tiver que ser privatizada, privatiza. Vai ser melhor pro Brasil? Tô dentro! Quero que o Brasil dê certo. O que não dá é que com tanta coisa pra construir nesse Brasil venha uma cambada de safado para roubar e saquear o Brasil.”
Aproveitou para citar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Não votei no Lula em 2002. Mas assisti à posse dele pela TV. Era coronel. E a emoção de ver um torneiro mecânico assumir a Presidência me fez chorar. Ele não roubou só o país mas nossa esperança”, disse.
Ao ser questionado sobre sua relação com o Jair Bolsonaro, o novo ministro fez elogios. Completou dizendo que o presidente não é e não será tutelável.
“Bolsonaro é um homem que tem muita determinação. Não é tutelável. Esquece. Não é, nunca foi e não vai ser agora. Ele tem uma intuição que tem que se respeitar. Às vezes consigo alguma coisa, com jeito. Mas ninguém tem ascendência sobre ele. Somos amigos, o que é outra coisa.”, falou.
Ramos finalizou dizendo que Ulysses Guimarães, presidente da Câmara dos Deputados na transição democrática, e o barão do Rio Branco, chanceler que consolidou as fronteiras nacionais, são exemplos de habilidade política. Para ele, estes 2 nomes são uma inspiração.
“O Barão do Rio Branco, pela negociação das fronteiras, e Ulysses Guimarães, o senhor das Diretas. Ele foi da Constituinte e sempre buscou diálogo. É uma referência da política. Soube conduzir a redemocratização. Inclusive pra nós, militares. Muita gente raivosa quis tirar a missão constitucional das Forças Armadas, o artigo 142 da Constituição, e praticamente, pelo que eu sei, foi ele quem afiançou isso aí. Impediu que o ódio imperasse. O ódio não gera nada mais que ódio. Tem gente com ódio na direita e na esquerda. O que é que isso ajuda?”, disse.
Com informações: Poder360