A Câmara de Natal realizou audiência pública para definir o formato do São João 2025. O debate, proposto pelo vereador Herbert Sena (PV), reuniu representantes de quadrilhas juninas, arraiais de rua, secretarias municipais e entidades comerciais. A secretária de Cultura, Iracy Azevedo, confirmou que os editais de fomento serão publicados até o final de abril, com fiscalização rigorosa para garantir transparência. O governo do RN foi criticado por não enviar representantes.
Herbert destacou a importância do planejamento antecipado das festas juninas, e ressaltou que o diálogo prévio permite melhor organização e atração de turistas. “O apoio da Prefeitura e do Governo do Estado é crucial para fortalecer as quadrilhas juninas, mas lamento a ausência da Secretaria de Cultura do RN neste encontro”, afirmou.
Ele citou o sucesso do Carnaval como exemplo a ser seguido. “Esse diálogo gera expectativas positivas na população e no setor cultural, e permite alocar recursos de forma mais eficaz, beneficiando toda a cadeia cultural e econômica da cidade”, disse o vereador.
Segundo Iracy, os editais terão critérios rígidos e fiscalização independente. “Não abriremos mão da legalidade. Só receberá recursos quem comprovar a execução do projeto”, disse. Ela descartou reajustes nos valores de premiação para quadrilhas (atualmente em R$ 30 mil) e arraiais (R$ 5 mil), mas sugeriu discutir a prioridade para grupos locais. “Dinheiro público de Natal deve beneficiar quadrilhas da cidade”, afirmou.
O secretário de Turismo de Natal, Sanclair Solon, destacou a parceria entre as pastas de Cultura e Turismo para o São João 2025. “Estamos trabalhando juntos porque o São João tem potencial para impulsionar o turismo na capital. O planejamento antecipado faz toda diferença, tanto para agentes de viagens quanto para turistas que buscam programação cultural autêntica. Integrar atividades culturais com a promoção turística é estratégico – atrai visitantes, valoriza nossa identidade e fortalece a economia local”.
O deputado Ubaldo Fernandes (PSDB) frisou a necessidade de organização e captação de recursos, afirmando que “é preciso a adesão das empresas. Se não tiver adesão das empresas, não adiantou nada. Foi lá, queimou os neurônios, fez os projetos organizados, mas não conseguiu capital e recursos”, ressaltando o papel da Fecomércio e Federação das Indústrias do Estado (Fiern) na sensibilização do empresariado.
Ubaldo também enfatizou que “as coisas só acontecem com a organização”, citando seu apoio a quadrilhas mediante documentação regularizada (CNPJ e Registro de Utilidade Pública), e alertou que muitas entidades carecem dessa estrutura formal exigida por lei.
Representantes dos arraiais pediram aumento dos valores (para R$ 15 mil a R$ 20 mil) e divisão por polos regionais. Já o vereador Léo Souza (Republicanos) sugeriu parcerias com empresas para reduzir custos de transporte e infraestrutura. “A Coca-Cola poderia patrocinar ônibus para as quadrilhas, por exemplo”, disse. A secretária Iracy destacou que a programação oficial será integrada com o São João do Comércio, promovido pela Fecomércio.
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