SELO BLOG FM (4)

Sandro Pimentel diz que modelo cívico-militar impõe medo na autoridade como fator de garantia da disciplina escolar

DEPUTADO DISSE QUE A ADOÇÃO DO MODELO FARÁ O BRASIL ANDAR NA CONTRAMÃO. FOTO: ELPÍDIO JUNIOR

No seu pronunciamento durante a sessão plenária desta quinta-feira (10), o deputado Sandro Pimentel (PSOL) voltou a criticar o governo Federal pela implantação das escolas cívico-militares. O deputado disse que a adoção do modelo fará o Brasil andar na contramão dos países com os melhores índices em educação no mundo, que contam com o estímulo a uma educação com base no diálogo e desenvolvimento do raciocínio lógico.

“O que a propaganda do governo Bolsonaro esconde é que existem hoje no país outros modelos de gestão não militarizados que alcançam taxas de excelência melhores até do que as escolas tradicionais”, afirmou o parlamentar, citando como exemplo de modelos bem sucedidos os institutos federais de ensino e as escolas técnicas de tempo integral.

Na sua avaliação, ao adotar as escolas cívico-militares, o governo federal está priorizando um modelo de escola que se alinha ideologicamente, impondo “o medo na autoridade como o principal fator de garantia da disciplina escolar”. Para o deputado, trata-se de uma meta de construção de um ambiente escolar linha dura, mais fechado para a construção horizontal da educação.

Sandro Pimentel afirmou que há dúvidas sobre o sucesso desse modelo e que faltam evidências de que essas escolas tenham melhorado a gestão ou o aprendizado dos alunos. O parlamentar citou um estudo da Universidade Federal do Ceará (UFCE) que mostrou que o diferencial das escolas militares está no volume de recursos que recebem e na possibilidade de seleção por prova, o que eleva o nível dos alunos.

Outra crítica foi quanto à desproporção na destinação de recursos. O deputado citou que enquanto o governo federal libera cerca de R$ 1 milhão por escola, fazendo cortes de até R$ 3,8 milhões e sufocando o ensino público no Brasil, o Centro Estadual de Educação Lourdinha Guerra, em Parnamirim, com 470 alunos, recebe pouco mais de R$ 7 mil anuais.

O deputado citou ainda a restrição do acesso da maioria dos alunos, pois há uma disputa de 270 estudantes por vaga, o que amplia a exclusão dos alunos mais humildes, enquanto que os filhos de militares teriam vaga garantida.

Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram

Comente aqui