O governo prevê que o salário mínimo passará pela primeira vez de R$ 1 mil em 2019. O valor de R$ 1.002 consta no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO). O aumento, em relação ao valor deste ano, de R$ 954, será de 5,03%, com ganho real de quase 2%, caso a inflação fique em 3%, como prevê parte do mercado financeiro.
O novo mínimo, porém, terá que ser ratificado pelo Congresso. E pode ser alterado pelo próprio governo de acordo com as condições da economia. A perspectiva é de que os R$ 1.002 sejam ratificados quando o Ministério do Planejamento enviar a proposta de Orçamento da União para 2019.
Desgastado politicamente, o governo quer tirar proveito do novo salário mínimo. Dirá que será uma herança de Michel Temer graças ao controle da economia e das contas públicas.
No ano passado, o governo chegou a fixar, na LDO de 2018, salário mínimo de R$ 979. Depois, reduziu o valor para R$ 969 e, em seguida, para R$ 954. A Alegação foi de que a inflação havia ficado mais baixa que o esperado e que era preciso reduzir o impacto nas contas da Previdência Social. A cada R$ 1 de aumento no mínimo, o impacto mensal na Previdência é de pelo menos R$ 32 milhões.
Segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), em janeiro, o salário mínimo ideal, para sustentar uma família de quatro pessoas, atendendo as necessidades básicas do trabalhador e de sua família, como estabelecido na Constituição: moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e Previdência Social, deveria ter sido de R$ 3.752,65.