A escritora e roteirista Antonia Pellegrino rebateu as críticas do presidente Jair Bolsonaro ao uso de dinheiro público para financiar filmes que contrariam o “respeito com as famílias”. Em evento de comemoração de 200 dias de seu governo, o capitão reformado anunciou a mudança da Ancine (Agência Nacional do Cinema) do Rio de Janeiro para Brasília e disse que não poderia “admitir que se faça um filme como o da Bruna Surfistinha com dinheiro público”.
Pellegrino, que trabalhou no filme que narra a história de uma ex-garota de programa e que foi estrelado por Deborah Secco, usou as redes sociais para desabafar. “Sr. Presidente, Jair Bolsonaro. Como roteirista do filme, sinto-me orgulhosa de ter trabalhado numa produção que empregou 350 pessoas, premiada no Brasil e no mundo e que levou 2 MILHÕES de pessoas ao cinema”.
Ativista dos direitos das mulheres e namorada do deputado federal Marcelo Freixo, do Psol, também relembrou as recentes polêmicas do governo Bolsonaro. “O que você não deveria admitir é 13 milhões de desempregados, universidades sucateadas e ter laranjas na sua família. Cegueira e ignorância levam à censura. Melhore”, disse.
A postagem recebeu o comentário da deputada federal Carla Zambelli, do PSL-SP, uma das maiores defensoras do atual governo no Congresso. “Parabéns! Se assim é, você não precisa do dinheiro suado do trabalhador. Faça sua arte e deixe o presidente fazer o correto com o dinheiro público”.
Nesta quinta-feira, Bolsonaro assinou a transferência do Conselho Superior de Cinema, responsável pela política nacional de audiovisual, do Ministério da Cidadania para a Casa Civil. O objetivo é que o Palácio do Planalto tenha mais influência sobre o órgão. Oficialmente, o intuito é “fortalecer a articulação e fomentar políticas públicas necessárias à implantação de empreendimentos estratégicos para a área”.
Informações: Terra