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Rogério Marinho vê desconexão entre sentimento popular e governo Lula, e se diz “impactado” com livramento de José Dirceu por Gilmar Mendes

FOTO: DIVULGAÇÃO

De volta ao mandato no Congresso Nacional, o senador Rogério Marinho fez uma avaliação sobre o processo democrático brasileiro quatro meses de licença, dedicados à organização partidária como secretário-geral do PL: “É importante um rápido balanço a respeito desse tema, porque tenho visto declarações, tenho lido opiniões que brigam com a realidade, articulistas políticos fazendo verdadeiras acrobacias para tentar justificar o fato de que a esquerda foi flagrantemente derrotada nas eleições passadas”.

Em pronunciamento no plenário do Senado Federal, Rogério Marinho disse que “há claramente uma desconexão entre o sentimento da população brasileira e este Governo, que oferece uma pauta no sentido contrário do que pensam e do que querem os cidadãos brasileiros, de uma maneira geral, e as famílias, de uma forma muito particular”.

Para Rogério Marinho, “é preciso se debruçar sobre os números com isenção, porque o Partido dos Trabalhadores (PT), que hoje preside o nosso país, mesmo com essa estrutura, mesmo com os gastos absurdos, com o descontrole fiscal, com a política populista que tenta comprar a consciência da população, recebeu um sonoro não, um gesto claro de repúdio, um gesto claro de afastamento dessa forma nefasta de exercer o poder, que é a marca do Partido dos Trabalhadores”.

JOSÉ DIRCEU

O senador Rogério Marinho afirmou que “precisamos lembrar a história recente, e, hoje, impactados que estamos com a notícia de que o cérebro dessa famigerada operação de corrupção, de cooptação do Parlamento através de mesada aos seus integrantes, José Dirceu, foi inocentado pelo Supremo Tribunal Federal”.

“Temos que dar o exemplo para que a população entenda que há uma diferença clara entre o que é certo e o que é errado; que não há meio-termo; que o pequeno crime se transforma, no futuro, no grande crime; que a pequena transgressão se transforma, no futuro, numa grande transgressão; e que o crime, quando não é punido, pelo contrário, é recompensado, é um exemplo nefasto que é passado para o conjunto da sociedade brasileira, que começa a descrer das suas instituições”, frisou o senador.

Segundo Marinho, “não é isso que queremos e que a sociedade defende. Por isso que, de forma livre, altaneira, assobradada, a população brasileira demonstrou, na praça pública, que não aceita a forma como os seus dirigentes estão se comportando”.

PARADOXO

Rogério Marinho citou, por exemplo, uma manchete da Folha de S. Paulo: “O PL foi o que mais venceu nas grandes cidades, mas foi o grande derrotado”. É um paradoxo tão claro e é uma demonstração de que a imprensa se esmera em mostrar uma situação que não condiz com a realidade. Devem ter uma fábrica de criatividade para tentar encobrir o óbvio e justificar o injustificável”.

Marinho passou o dado de que o PL, antes de Bolsonaro, era o 11º partido do país em número de votos para prefeito em mais de 5.500 municípios e PL, depois de Bolsonaro, é o primeiro colocado no Brasil. “Passou de 4,5 milhões de eleitores para quase 16 milhões de eleitores, gostaria que a imprensa explicasse como é que Bolsonaro perdeu, como é que o PL perdeu. Pois o PT, que era o sexto colocado no Brasil, continua sexto colocado no Brasil”.

Presidente do PL no Rio Grande do Norte, Rogério Marinho falou, ainda, sobre o chamado instituto da inviolabilidade dos mandatos Parlamentares: “Falo isso porque o que me inspirou a entrar na vida pública, foi a história de um cidadão que hoje é o nome da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. Esse cidadão se chama deputado Djalma Marinho, que, nos idos de 1968, presidia a Comissão de Constituição e Justiça daquela Casa e foi instado pelo Governo daquela época a processar e, por consequência, cassar o deputado Márcio Moreira Alves, porque ele havia tido a audácia de fazer um discurso na tribuna contraditando a forma como os militares estavam tratando as universidades públicas federais, ingressando naquelas universidades para impedir o direito de reunião. Este Deputado, naquela oportunidade, enfrentou essa decisão do Governo, que não aceitava a crítica, que não aceitava o contraditório, que não aceitava o livre arbítrio dos parlamentares, porque era um Governo intransigente, e nós estamos vendo esse filme se repetir”.

LIBERDADE

Marinho disse agora não é o o Governo, mas parte do Judiciário, pois o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que já foi parlamentar – deputado federal e era senador -, e governador de Estado, “aceitou instaurar um inquérito para questionar a forma como o deputado Marcel van Hattem se dirigiu a uma ação que claramente é deletéria, a uma ação da Polícia Federal que propiciou um documento enganoso, mentiroso – e eu espero que seja processado também, já que estou falando aqui -, que teve como consequência, a supressão da liberdade de um indivíduo”.

Marinho explicou que por mais de seis meses, “Filipe Martins ficou preso, e não há nada mais importante e mais sagrado para um cidadão do que a sua liberdade. Filipe foi preso, por seis meses, por uma declaração ou por uma citação falsa de um agente da Polícia Federal, e essa foi a ação denunciada da tribuna da Câmara dos Deputados, e esse é o crime que está sendo imputado ao Marcel van Hattem”.

“E qual é o problema para a Constituição ou para a democracia um deputado fazer uma crítica a um órgão público? Se essa condição for suprimida dos parlamentares, fechem o Parlamento, acabem com esta tribuna, porque nós vamos ferir de morte a democracia brasileira”, criticou Marinho.

O senador potiguar ainda disse que ao defender a inviolabilidade defendemos a inviolabilidade dos mandatos, “não o fazemos de forma personalizada, tenho todo o respeito ao Deputado Marcel e à sua luta, mas o privilégio da inviolabilidade pertence à instituição, pertence ao Congresso Nacional, pertence ao povo brasileiro, pertence, em suma, a cada cidadão deste país, e nós estamos aqui inertes”.

Marinho reiterou sua solidariedade ao deputado Marcel Van Hattem, ao Cabo Gil, ao Daniel Silveira, ao Bolsonaro, “a todos aqueles que, de alguma forma, foram obrigados a responder inquéritos por palavras proferidas na tribuna da Câmara, do Senado ou de qualquer outro local, dentro do princípio da sua inviolabilidade e da sua imunidade parlamentar”.

Com informações da Tribuna do Norte

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