Um dos idealizadores da proposta de reforma da Previdência que tramita na Câmara dos Deputados, o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, o potiguar Rogério Marinho, estuda mudar o domicílio eleitoral para São Paulo, onde avalia ter mais chances de converter seu esforço na pauta econômica do governo em votos.
A informação é de Gabriel Mascarenhas, repórter da coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo. Segundo o colunista, “Rogério Marinho busca uma saída para mitigar as consequências” políticas da aprovação da Previdência na Câmara. Mascarenhas acrescenta que em São Paulo Rogério teria mais chances de “capitalizar em votos seu papel à frente das negociações para a aprovação da reforma”.
Filiado ao PSDB, Rogério Marinho foi deputado federal pelo Rio Grande do Norte entre 2007 e 2012, na primeira vez, e entre 2015 e 2018, no segundo momento. Foram três mandatos na Câmara – dois para os quais foi eleito (em 2006 e em 2014) e outro assumido em 2011 após licença do titular.
Na legislatura passada, durante o governo do ex-presidente Michel Temer, o potiguar foi relator na Câmara da reforma trabalhista. A pauta polêmica lhe causou desgaste político, o que atrapalhou sua reeleição. Nas eleições 2018, obteve apenas 59,9 mil votos e, por isso, não conseguiu conquistar novo mandato. Atualmente, ele é 2º suplente.
Rogério foi um dos principais elaboradores da proposta de reforma da Previdência enviada para o Congresso e, por sua boa relação com o Congresso, ajudou na articulação com os deputados.
O colunista de O Globo afirma que, no Rio Grande do Norte, “o selo de entusiasta das mudanças na Previdência tende a tirar-lhe eleitores em 2022”.
Uma pesquisa realizada pelo instituto Datafolha no início deste mês apontou que 47% da população brasileira apoia a reforma da Previdência. A fatia dos que se opõem às mudanças nas regras de aposentadorias e pensões representou 44%. Segundo o levantamento, a região Nordeste é a única do País onde os que apoiam a reforma são minoria: 55% se opõem à proposta de emenda à Constituição e 36% dizem apoiá-la.
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