Nem sim.
Nem não.
Muito menos pelo contrário.
Embora seja apontando por observadores da cena política como um nome em potencial para disputar com chances de vitória o governo do Rio Grande do Norte nas eleições de 2022, o ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), em conversa com o BLOG DO FM, optou por desconversar sobre uma eventual candidatura sua à sucessão da governadora Fátima Bezerra (PT). Marinho, que vem realizando um trabalho de titã no governo Jair Bolsonaro, buscando minimizar a dívida secular que o Estado brasileiro tem com a região Nordeste, foi habilidoso nas respostas envolvendo as eleições para o governo estadual. ” O que eu quero é ser um bom ministro”, tangenciou Rogério Marinho, numa tentativa clara de mostrar que não havia sido mordido pela “mosca azul”, apesar dos benefícios que busca destinar para o Rio Grande do Norte enquanto titular do cargo ministerial.
Para Rogério, disputar o governo do Estado não está em sua escala de prioridades. “”Aqui tem muito nome bom para o governo”, desconversou o ministro.
Redirecionando a conversa para as iniciativas que está encampando no MDR, Rogério revelou que o governo do presidente Jair Bolsonaro pretende inaugurar no Rio Grande do Norte a barragem de Oiticica em 2021, e assegurou ainda que as obras da barragem de Santa Cruz serão retomada. Também com relação a questão hídrica, o ministro mostrou-se empenhado em garantir a chegada das águas do Rio São Francisco ao estado, o que resolveria o problema da escassez de água no semi árido potiguar.
Rogério, que, na última sexta-feira , reuniu em “Petit Comité ” um grupo de jornalistas em torno de um almoço, fez uma espécie de “prestação de contas” de sua gestão à frente do MDR. O encontro gerou declarações interessantes:
“Todo mundo aqui eu conheço, alguns há mais de 30 anos, e sabe que eu não sou nenhum ET, sou uma pessoa que teve a oportunidade de estar no lugar que estou hoje, as circunstâncias me levaram a esse lugar. Fui candidato a deputado federal e perdi a eleição, e o fato de eu ser hoje ministro se deu muito mais pela minha performance como Secretário da Previdência. Neste governo, o presidente Bolsonaro tem escolhido seus ministros pelo perfil técnico, não escuta partido, nem leva em consideração as conveniências naturais de quem comanda um governo no tamanho, da estatura, que o Brasil tem”.
“Nós estamos fazendo um trabalho de mudar o transatlântico. Nosso ministério tem 12 bilhões de reais de orçamento esse ano, mas 18 bilhões em caixa, são restos a pagar de anos anteriores. Então, nós administramos 30 bilhões de reais, esse é o tamanho da nossa responsabilidade”.
“Nós temos hoje uma situação em que 99,9 por cento das nossas obras são públicas, do Orçamento Geral da União ou empréstimos feitos ao FGTS. Nós estamos fazendo um movimento para redirecionar toda a nossa carteira na área de concessões, na área de privatizações e parcerias público-privadas”.
“Aqui no Rio Grande do Norte nós queremos ver se ainda este ano fazemos a licitação do canal do Apodi, que vai representar segurança hídrica para a região do Alto e Médio Oeste do Rio Grande do Norte, mas também para a região do pico da Paraíba e toda a fronteira do Vale do Cariri, no Ceará. Nós queremos fazer a adutora do Seridó, que vai dar segurança hídrica para 34 municípios, e queremos também retomar a barragem de Santa cruz”.
“Não tenho nenhuma dúvida de que eu não sou, eu estou (ministro). Isso é passageiro, daqui a pouco vai terminar. Sou demissível “ad nutum“. Posso ser demitido amanhã, não tenho nenhum contrato que me faça ficar no Ministério, mas tenho um compromisso com o País, a confiança do presidente da República e uma boa relação com o parlamento. No entanto, sei da transitoriedade do lugar em que me encontro. Meu objetivo é, enquanto tiver no lugar onde estou, prestar um serviço não apenas ao País, mas ao Nordeste e ao Rio Grande do Norte em particular”