O Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Lais) vai entregar na próxima semana, a pelo menos dois municípios da Grande Natal, um novo módulo dentro do RN+Vacina para agendamento da vacinação contra Covid-19 e também contra a Influenza.
De acordo com o laboratório, o projeto piloto será usado inicialmente em Parnamirim e São Gonçalo do Amarante, mas a ideia é que todas as cidades possam aderir ao sistema. O RN+Vacina já é utilizado em todo o Rio Grande do Norte para distribuição, gerenciamento e transparência sobre as doses de vacina.
O objetivo é que a partir da disponibilização do novo módulo na plataforma, as pessoas possam agendar horário e local de vacinação seguindo critérios determinados por cada município. Segundo o coordenador do laboratório, Ricardo Valentim, a ideia surgiu a partir de um contato do movimento Unidos Pela Vacina, no estado.
“Nós vimos durante esse processo de vacinação para Covid-19, no Brasil, a necessidade de melhorar a organização do processo de vacina. Nós sabemos que o PNI, que é o plano nacional de imunização é um dos mais estruturados do mundo, sendo que nós estamos num contexto diferente em que as demandas e a necessidade da população de querer se vacinar é bem diferente. O processo é bem sensível. Nós observamos, no Brasil todo, aglomerações, pessoas indo tomar vacina fora do seu grupo, pessoas chegando para se vacinar sem ter vacina”, justificou.
O módulo está pronto e a previsão é que um treinamento seja realizado na próxima semana, com os municípios, para implantação possivelmente a partir de 17 de maio. Materiais também estão sendo preparados para orientar a população no uso da plataforma.
Segundo Ana Beatriz Presgrave, que representa o movimento Unidos Pela vacina no RN, a ideia de agendamento foca em um dos gargalos do atual processo de imunização.
“A falta de vacinas é só um dos problemas. E a gente tem inúmeros outros que vão prejudicando essa vacinação eficiente. Nossa função é eliminar os gargalos e um deles que a gente percebeu era a existência de filas. Se a agora que nós temos poucas vacinas, há aglomeração, imagina quando chegar”, considerou.
A secretária de Saúde de Parnamirim, Terezinha Rêgo, considerou que o módulo será uma ferramenta importante para orientar as pessoas onde elas deverão buscar o atendimento.
“Hoje, por mais que a imprensa falando, e as redes sociais, a gente não consegue chegar à casa da pessoa e dizer ‘não vá hoje, porque não tem vacina, não é seu dia hoje’. Grande parte da desorganização é legítima pela ansiedade por essa gota de esperança, que é a vacina”, considerou.
Já o secretário de Saúde de São Gonçalo do Amarante, Jalmir Simões, considerou que esse é o “grande momento” de aproveitar a tecnologia em favor da saúde pública.
“O cidadão hoje deve ter todas as informações necessárias na palma da mão. Quando a gente vai viajar de avião, a gente não sai de casa sabendo qual acento eu vou me sentar? Então devo estar sabedor qual a unidade de saúde do meu município onde posso tomar a dose”, concluiu.
G1RN