O Rio Grande do Norte tem potencial eólico onshore (em terra) duas vezes maior que o estimado 20 anos atrás e capacidade de expandir a geração dessa fonte de energia em pelo menos 93 Gigawatts (GW) a 200 metros de altura – o equivalente a 15 vezes o que está em operação atualmente em seu território. O estado é o maior produtor brasileiro de energia eólica.
O potencial para futura geração offshore – com parques eólicos no mar – alcança, por sua vez, 54,5 GW e seria suficiente para suprir cerca de ⅓ de toda energia elétrica brasileira em 2020 (aproximadamente 651TWh).
As áreas mais promissoras estão no Litoral Norte. Mas, a uniformidade de cor que salta aos olhos em mapas que indicam o recurso eólico no estado não deixa dúvidas: o offshore potiguar inteiro é um oásis. O estado também tem abundância de energia solar.
Os dados e análises foram divulgados nesta terça-feira (20), na Casa da Indústria, em Natal, durante apresentação do novo Atlas Eólico e Solar do estado. O documento é fruto de um Termo de Colaboração firmado entre o governo, através da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), e a Federação das Indústrias (FIERN), com execução do SENAI-RN, por meio do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER).
Atlas
O Atlas Eólico e Solar do RN aponta onde estão as melhores áreas no estado para energia eólica e solar. Traz textos, mapas e outras imagens com informações inéditas sobre o potencial do estado e regiões mais promissoras para investimentos em terra, no mar e, no caso da energia solar, também em lagos, açudes e barragens monitorados pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). É o primeiro levantamento com dados disponibilizados ao público sobre o offshore no Rio Grande do Norte. E também o primeiro Atlas de energia solar do estado.
No caso da energia eólica onshore, o documento aponta potencial eólico, ou seja, capacidade instalável em terra, de 56 Gigawatts (GW), com ventos acima de 7 metros por segundo (m/s) e considerando uma altura de 100 metros – compatível com a média dos aerogeradores existentes nos atuais parques. O parâmetro é o mesmo utilizado no primeiro Atlas Eólico potiguar, publicado duas décadas atrás, em 2003. Mas não foi o único utilizado.
“As análises apresentadas neste trabalho consideram alturas de até 200 metros e medições realizadas por um conjunto de estações que instalamos em campo, entre elas, uma torre de 170 metros, a maior existente no Brasil, seis estações solarimétricas, e uma torre offshore (no mar), no Porto-Ilha de Areia Branca. O resultado são dados inéditos possibilitados pela evolução da tecnologia utilizada e por técnicas mais avançadas de análise do que as que estavam disponíveis no início dos estudos sobre o setor”, diz o diretor do SENAI-RN e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis, Rodrigo Mello.
O Atlas Eólico e Solar, frisa ele, é parte de um projeto mais amplo, que também incluiu o lançamento da plataforma http://atlaseolicosolarn.com.br/, no ar desde março, com abastecimento contínuo de informações coletadas por torres e estações meteorológicas instaladas em campo, além de outras disponibilizadas por bases de dados oficiais, públicas. O investimento total do governo no projeto foi de R$ 2,6 milhões.
“O nível de precisão para a tomada de decisão dos investimentos passa a ser outro a partir de agora. É uma evolução de 100% e com mais uma vantagem: Os dados são permanentemente atualizados e ficam disponíveis online para a sociedade”, diz Mello.
O documento lançado nesta terça é composto por aproximadamente 200 páginas, distribuídas em oito capítulos com um panorama contextualizado das principais fontes de energia renováveis no estado. A população poderá consultar a versão impressa na Sedec e baixá-la online, gratuitamente, no site da Secretaria: http://www.sedec.rn.gov.br/. Exemplares também serão distribuídos para as universidades e bibliotecas públicas.