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RN tem 13 padres infectados pela Covid-19; Brasil registra 436 casos

FOTO> CANINDÉ SOARES

O Rio Grande do Norte tem 13 padres diocesanos infectados pelo novo coronavírus, segundo informações da Comissão Nacional dos Presbíteros (CNP), vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Os dados contabilizados até a sexta-feira (31) apontam ainda para uma morte, a do padre Ailson Bezerra, da Paróquia São João Batista da cidade de Montanhas, que sucumbiu à doença em 5 de junho.

Além dos padres diocesanos, o arcebispo de Natal, dom Jaime Vieira Rocha, também testou positivo para a Covid-19 no dia 20 de julho. Ele passou pelo tratamento da infecção em casa. Outro registro ligado à Igreja Católica no Rio Grande do Norte foi a morte do seminarista Nicolas Matheus, de 20 anos, no último dia 1º de agosto, após passar 20 dias internado em um hospital da cidade de Mossoró. Ele não tinha comorbidades.

A divulgação do número de padres infectados pela doença feita Comissão Nacional dos Presbíteros ocorre dias antes de os templos católicos no Rio Grande Norte abrirem as portas para as celebrações. Os bispos responsáveis pela Arquidiocese de Natal e das Dioceses de Mossoró e Caicó publicaram decreto autorizando a reabertura das igrejas para orações a partir do dia 10 agosto. As missas serão liberadas a partir do dia 15 de agosto.

Ainda de acordo com a arquidiocese, as celebrações deverão contar com número reduzido de fiéis, conforme o decreto assinado pelos bispos. As recomendações são de que idosos e outras pessoas dos grupos de risco continuem acompanhando as celebrações de casa. Os templos terão de fixar a quantidade máxima de pessoas que podem estar presentes para as celebrações.

O número de fiéis que participação das celebrações será calculado a partir de 5 metros quadrados por pessoa. Nas igrejas, tenham sinalizações que indiquem a distância de um fiel para outro, observando a margem de 1,5 m, nos bancos ou cadeiras e em todos os momentos em que seja necessário formar filas.

Em todo o Brasil, ainda de acordo com a CNBB, 436 padres diocesanos foram infectados pelo novo coronavírus, sendo que, deste total, 21 morreram por causa da doença. A maioria já se recuperou e alguns ainda estão internados em estado grave.

O regional Sul 1 da entidade, que engloba o Estado de São Paulo, com 45 circunscrições religiosas, registrou o maior número com 72 infectados e 1 óbito pela covid-19. Deste número, o regional Norte 2 da CNBB, que compreende os Estados do Pará e Amapá, registra o maior número de mortes, ao todo 6, em decorrência da doença. Nos dois Estados, incluindo os óbitos, 64 padres foram contaminados pelo vírus. Somente em Belém do Pará, 36 padres foram contaminados e 4 morreram.

O padre Flávio Herculano da Arquidiocese de Natal, de 45 anos, faz parte das estatísticas. Ele foi testado positivo para a doença no mês passado. Embora estivesse tomando todos os cuidados, ele continuou frequentando a igreja para assuntos administrativos. “Um grupo reduzido, equipe de apoio mesmo. Mas quando foi no dia 15 de julho, eu comecei a ter tosse seca e febre”.

No dia seguinte, ele foi a um hospital de referência da doença. “Pediram para manter isolamento social, fiz o exame e deu positivo. Foram três dias de mal estar, com fraqueza e me alimentava mal”. Apesar da idade, por ter diabete e pressão alta, o religioso faz parte do grupo de risco da doença. “É uma experiência muito ruim, felizmente não precisei ficar internado e, depois de três dias, os sintomas foram diminuindo. Ver que pessoas estão morrendo desta doença, cria muito medo na gente, mas com medicação e confiança em Deus, eu consegui me recuperar. Estou fazendo meus exercícios, tentando melhorar as taxas de diabete. Da covid-19, estou curado”.

Apesar da alta médica, o padre Flávio ainda permanece no isolamento social. “Mais de 20 dias isolado. É um momento para refletir sobre nossas vidas e atitudes. Um verdadeiro retiro”. O pároco está ansioso para o retorno de suas atividades. “Volto no próximo domingo, 9, para a missa do Dia dos Pais”. Somente a missa aos domingos foi retomada, há algumas semanas com um padre de outra comunidade, já as reuniões permanecem de forma online. Assim como os religiosos, todos os fiéis são orientados sobre todas as medidas de segurança para evitar o contágio do novo coronavírus.

Agora RN

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