Na indústria da construção civil, os alicerces não são apenas de concreto e aço, mas também de responsabilidade, compromisso e cuidado com a vida humana. Em um setor que emprega milhões de trabalhadores em todo o mundo, a segurança do trabalho é uma preocupação central, não apenas como uma obrigação legal, mas como um imperativo ético e moral. A cada dia, canteiros de obras se transformam em verdadeiros ecossistemas de atividades complexas e dinâmicas, onde máquinas potentes se entrelaçam com mãos habilidosas e mentes criativas. No entanto, nesse cenário de progresso e desenvolvimento, os riscos e perigos são inerentes, exigindo um compromisso com a segurança em todos os níveis.
Segundo Herika Arcoverde, diretora-executiva do Sindicato das Indústrias de Construção Civil do Rio Grande do Norte – Sinduscon/RN, o sindicato incentiva que todas as empresas associadas tenham práticas consistentes de segurança e saúde do trabalho. “Entendemos que trabalhar com segurança é acreditar que o trabalhador é a ferramenta mais importante para a empresa. Aqui no estado, e no nosso segmento, os números de acidentes são decrescentes, confirmando que as políticas e ações estão inseridas ao dia-a-dia das empresas”, afirma.
“O Sinduscon não apenas promove a conscientização sobre a importância da segurança no setor, mas também é um membro ativo em grupos de trabalho interinstitucionais, como o GETRIN RN, colaborando com representantes dos empresários, trabalhadores, governo e sociedade para aprimorar as políticas de segurança laboral. Além disso, o Sinduscon participa do projeto “Conhecimento, Segurança e Saúde no Trabalho” da CBIC, com a correalização do SESI, mostrando seu compromisso com a promoção de ambientes de trabalho seguros e saudáveis”, aponta Herika.
De acordo com dados do Observatório da Segurança e Saúde do Trabalho, no período de 2012 a 2022, o estado registrou 48.210 notificações de acidentes de trabalho e 25.626 afastamentos acidentários, números que, embora ainda representativos, mostram uma melhoria em relação ao passado. Para se ter uma ideia, 4689 foram as notificações de acidentes registrados em 2012, enquanto em 2022 as notificações foram de 4195, uma diminuição de 10,53%. Os afastamentos acidentários representaram uma diferença bastante expressiva de menos 62,97% em comparação ao ano inicial da pesquisa. Os esforços conjuntos das empresas, apoiadas pelo Sinduscon, em investir em treinamentos, capacitações e parcerias estratégicas têm contribuído para essa redução, garantindo um ambiente de trabalho mais seguro para todos os colaboradores.
Essa melhoria evidencia o aumento do compromisso das empresas da construção civil no Rio Grande do Norte com as melhores práticas de segurança, resultado da implementação de medidas como o Programa de Gerenciamento de Risco (PGR), além da realização de treinamentos específicos conforme exigido pelas normas regulamentadoras, como NR-35 e NR-18. Além disso, inclui-se a elaboração de laudos técnicos e a capacitação dos membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).
Para Vilmar Segundo, empresário da Vipetro, os acidentes de trabalho são presentes nas empresas de um modo geral. “O mercado tem trabalhado muito forte para reduzir isso a próximo de zero, os clientes principalmente privados cobram das empresas políticas de prevenção e atuação positiva para que a segurança seja cada vez mais presente. Nunca presenciei acidente qualquer de trabalho, mas já tivemos alguns em nossa empresa que foram tratados com a devida atenção naquele momento”, compartilha.