Passado o período mais crítico de restrições das atividades econômicas impostas pela pandemia do novo coronavírus, o mercado de trabalho no Rio Grande do Norte registrou um recorde histórico na geração de vagas. Pelo quinto mês seguido, o saldo foi positivo e cresceu 5,18% ante setembro deste ano e 59,83% no comparativo com outubro de 2019. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta quinta-feira (26). O boletim mostra que o RN registrou a abertura líquida de 4.763 vagas formais de emprego, resultante de 13.840 admissões e 9.077 demissões. O saldo é o melhor para o mês de outubro desde o início da série histórica do Caged para estados, em 2004, quando foram criadas 3.362 vagas.
O resultado de outubro no RN acompanha o desempenho nacional. No Brasil, o mercado de trabalho formal registrou em outubro a abertura de 394.989 vagas, diferença entre 1,548 milhão de contratações e 1,153 milhão de demissões. De acordo com o Ministério da Economia, o saldo é o maior registrado na série histórica do Caged, que começa em 1992. Em outubro de 2019, houve a abertura de 70.852 vagas com carteira assinada. No País, foi o quarto mês seguido em que as contratações com carteira assinada superaram as demissões.
No Nordeste, o Rio Grande do Norte foi o quinto estado com maior saldo e o que mais contratou, no mês passado, ficando atrás da Bahia (54.399 contratações); Ceará (42.760); Pernambuco (39.654); e Maranhão (16.280). Quando se analisa a distribuição das novas vagas no Estado, o Caged mostra o maior número de vagas líquidas geradas nos municípios de Natal (+2.134); Mossoró (+740); Parnamirim (+217), São Gonçalo do Amarante (+168), Extremoz (+143) e Macaíba (+118).
Os maiores saldos negativos, ou seja, onde os desligamentos superaram as admissões, foram nas cidades de Ipanguaçu (-52); Patu (-45); Alto do Rodrigues (-42); Goianinha (-22) e Caraúbas (-18). O levantamento aponta ainda 27 municípios com saldo zero, ou seja, sem registro de admissões ou demissões no mês passado.
No Rio Grande do Norte, o bom resultado do saldo, no mês passado, foi influenciado principalmente pela abertura de 1.702 novas vagas no setor de Serviços. O comércio foi o segundo com maior saldo: 1.590. A construção civil e a indústria também apresentaram bons desempenhos ao abrir, respectivamente, 649 e 559 vagas. A agropecuária foi o setor com menor geração de novas vagas formais em outubro: 263.
Acumulado do ano
Os dados do Caged mostram um estoque de 426 mil 513 empregos no Rio Grande do Norte, em outubro ante 421.750 do mês de setembro. Isso mostra que o estoque retornou ao patamar pré-pandemia, de janeiro deste ano, quando o RN tinha 426 mil 555 empregos formais. Os meses mais críticos na geração de vagas, com o fechamento das atividades econômicas, foram abril e maio deste ano, quando o Estado perdeu, respectivamente, 9.518 e 3.713 postos de carteira assinada. No entanto, de junho a outubro, após a reabertura gradativa das atividades econômicas, foram gerados 17.608 novos postos de trabalho, segundo o Caged. Foram 62.830 contratações e 45.22 demissões.
Apesar dos sinais de recuperação, as novas vagas não foram suficientes para cobrir o déficit acumulado nos dez primeiros meses do ano. Analisando o acumulado de janeiro a outubro deste ano, o Rio Grande do Norte ainda tem saldo negativo de 1.103 postos de trabalho formais. No período, foram feitas 111.258 contratações e 112.361 desligamentos. Somente a construção civil e a agropecuária têm saldo positivo, de 2.224 e 1.023 postos, respectivamente. Os demais setores todos acumulam déficit de empregos, sendo o maior no setor de serviços, que já fechou 3.133 postos de trabalho neste ano.
Na indústria foram fechados 710 postos. Esse número chegou a ser maior no acumulado até setembro (-1.269 vagas). No comércio foram encerrados 507 postos. E esse número foi maior no acumulado até setembro (-2.097 vagas), o que mostra recuperação do setor. No Nordeste, o Rio Grande do Norte foi o quinto estado que mais contratou, considerando o acumulado do ano, ficando atrás da Bahia (430.129); Pernambuco (306.868); Ceará (296.495) e Maranhão (131.497).
Com informações da Tribuna do Norte