
Mesmo com objeção de órgãos culturais do Estado, o deputado estadual Coronel Azevedo vai defender a aprovação do seu projeto de lei denominando de Wilma de Faria a ponte Forte-Redinha, que oficialmente leva o nome do pintor Newton Navarro: “Ao longo desse processo também pensamos em homenagear o pintor, através de alguma obra ligada à cultura. E eu creio que o Rio Grande do Norte tem o desejo de homenagear essa mulher que entrou para a história do Brasil”.
Coronel Azevedo acredita que “os deputados vão aprovar é uma homenagem, reconhecimento e gratidão por tudo o que ela fez pelo Estado”.
Azevedo disse, ainda, que também buscar homenagear os artistas potiguares, “através de obras ligadas à cultura”, mas, continua, “essa obra da ponte Forte-Redinha marca passagem dessa mulher e sua determinação primeira governadora do Estado, foi a obra que ela mais quis fazer e mais lutou para realizar”.
Cultura
O Conselho Estadual de Cultura (CEC) emitiu nota posicionando-se contra a aprovação do projeto de renomeação da Ponte Newton Navarro, que “não se coaduna com a dignidade da homenagem que foi prestada à memória do grande escritor, pintor e poeta, aliás, por ato de vontade da própria ex-governadora Wilma de Faria”.
O presidente do CEC, ex-deputado Valério Mesquita, assina a nota, em que diz: “Entende este Conselho que, em prosperando, o ato legislativo configurará um desmerecimento à memória da pranteada governante, assim como caracterizará um gesto de desatenção à grande figura de Newton Navarro e à cultura potiguar em geral”.
Conselheiro aposentado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Valério Mesquita esclarece que Wilma de Faria “legou uma história de vida pública que merece ser reverenciada permanentemente, inclusive dando nome a alguma grande obra, na dimensão dos seus feitos em prol do Rio Grande do Norte”.
“Mas essa deferência não pode ser prestada em desdouro ao nome de Navarro, repita-se, por ela própria escolhido para batizar a ponte, reconhecendo que o artista pintou e celebrou Natal, o Rio Potengi e a Redinha, prenunciando com a sua escrita e os seus pincéis o que depois se transformou em notável e útil estrutura que orgulha a arquitetura brasileira”, continua a nota.
Por fim, o CEC apela à Assembleia Legislativa que estanque e arquive o PL em atenção à biografia dos dois grandes norteriograndenses Wilma de Faria e Newton Navarro.
Letras
A Academia Norte-Rio-Grandense de Letras (ANLR) também se manifestou contra a alteração do nome da ponte Forte-Redinha. “Reconhecemos a importância de homenagear figuras que contribuíram para a cultura e a política do Estado, como é o caso de Wilma de Faria. No entanto, é fundamental que essa homenagem não ocorra em detrimento de outros nomes que também são pilares da nossa história, como o escritor, dramaturgo, desenhista, pintor, o poeta e orador da cidade do Natal, Newton Navarro”, diz a nota.
Para a Academia de Letras, “é importante relembrar que a proposta de a nomear com o nome de um dos mais ilustres filhos da nossa terra, uma figura emblemática da cultura potiguar, foi, de fato, sugestão desta Academia à então governadora”.
Tribuna o Norte
1 Comentário
Tanta coisa importante pra esse povo se preocupar aí ficam disputando EGOS sem qq serventia para s sociedade. O nome daquela ponte jamais será apagado da memória popular – Ponte da Redenha – e ponto final. Kd que a assembleia se preocupa com o aumento doído e irresponsável do ICMS? Os desvios estratosféricos de verbas públicas e tantas outras avacalhações “estatais” como os salários ridículos da classe de professores.