O governador Robinson Faria (PSD) começou a semana com o pé direito. A convenção do PSD, realizada neste domingo, serviu para algo muito além de oficializar a sua candidatura à reeleição – ela ressuscitou e colocou em evidência uma postulação que muitos observadores da cena política achavam ‘natimorta’, diante do acentuado índice de rejeição que as pesquisas eleitorais creditam ao atual governante.
O governador mostrou que não está morto.
Pelo contrário, apareceu bem em uma convenção que reuniu uma impressionante massa de apoiadores, aliados e cabo eleitorais.
Robinson mostrou que está ‘vivinho da Silva’, dentro do jogo e motivado para levar a partida para a prorrogação eleitoral.
O ‘upgrade’ que Faria recebeu em sua candidatura não se limitou a convenção – o “sim” que o empresário mossoroense Tião Couto, o “Tião da Prest”, lhe deu, ao aceitar ser o seu candidato a vice-governador, ofuscou – sobretudo de forma qualitativa – o nome do filho da prefeita Rosalba Ciarlini, publicitário Kadu Ciarlini, como candidato a vice do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves .
O “Tião da Prest” é um experiente e bem sucedido empresário, que através da inciativa privada gera emprego e renda na região.
Em 2016, quando disputou a prefeitura de Mossoró e foi derrotado por Rosalba, Tião declarou à Justiça Eleitoral ter um patrimônio de R$ 37,5 milhões.
Já a ‘meritocracia’ do vice Kadu Ciarline vem sendo rotineiramente questionada nas redes sociais.
Embora sob o ponto de vista eleitoral, Kadu agregue os votos da mãe, uma expressiva liderança política da região, no quesito pessoal ele aparece carente de ‘ peso especifico.
O discurso de Robinson já mostra qual será o tom que o seu marketing dará à campanha. O candidato terá 35 dias de programa eleitoral para convencer ao eleitor que a crise vivenciada no seu governo tem nomes e sobrenomes, além do seu, é claro.
Na convenção Robinson já deu esse recado:
– A crise não me deixou mostrar o bom e não tive tempo de parar pra dar explicação, disse, ao acusar a oposição de montar palanque em Brasília para boicotar o seu governo.
– Aceito ataques e compreendo, não tenho raiva, mas tinha dois caminhos: não aceitei, de uma canetada só, demitir 20 mil famílias. Preferi ter o desgaste e ser atacado”, bradou ao fala sobre o atraso dos salários.
O discurso do seu filho, o deputado federal Fábio Faria, bem alinhado com o do pai, seguiu a mesma estratégia – desqualificar os adversários e colocá-los como coadjuvantes da crise.
Fábio jura que o governador conseguiu 600 milhões para botar folha de servidores em dia, mas adversários impediram liberação da verba.
O fato é o seguinte: ninguém aposte que o Robinson Faria não se credencia a ir para o segundo turno das eleições. Quem o fizer, corre o risco de perder dinheiro.