O senador Renan Calheiros resolveu sair em defesa do médium João de Deus, que é acusado de abusar sexualmente de várias mulheres enquanto fazia atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio Loyola, em Abadiânia (GO). Por meio do Twitter, o político disse que João é “um patrimônio nosso, da espiritualidade, da cura e da crença”.
“Uma breve reflexão: O João de Deus deve sim ser investigado. Se for o caso, condenado. Jamais prejulgado, sangrando em vida, porque ele é um patrimônio nosso,da espiritualidade, da cura e da crença. Falo com a responsabilidade de quem fez a Lei Maria da Penha, cominou o Feminicídio na legislação, o Observatório do SF,avanços contra a violência,contra a pedofilia e todos de gênero”, escreveu Renan Calheiros.
Além disso, o senador disse que João de Deus não é o maior problema do Brasil e que ele deve continuar fazendo as suas curas. “O médium não é o maior problema do Brasil, não é um Roger Abdelmassih, um lasier qualquer, e deve, até pelo menos o trânsito em julgado, continuar curando a sociedade, que parece mais doente e odienta”, afirmou.
O caso
O programa Conversa com Bial, comandado pelo jornalista Pedro Bial na Rede Globo, exibiu, na madrugada deste sábado (8/12), depoimentos de mulheres que afirmam ter sido abusadas por João Teixeira de Faria, ou João de Deus. Há mais de 40 anos, o médium faz atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, município goiano localizado a pouco mais de 100km de Brasília. Conhecido mundialmente, ele é acusado de crimes sexuais por pelo menos 10 vítimas.
Com medo de uma possível “retaliação espiritual”, apenas uma se dispôs a mostrar o rosto. Todas, porém, deram depoimentos chocantes. Uma afirmou: “Ele pegava na minha mão e fazia eu pegar no pênis dele. Ele falava: ‘Você é forte, corajosa. O que está fazendo tem um valor enorme. Põe a mão, isso é uma limpeza”.
Metrópoles